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Existirmos: a que será que se destina? – por Bianca Zasso

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Fala-se em John Carpenter, fala-se em terror. Halloween, de 1978, é um clássico. Só que Carpenter é muito mais que um diretor que conduz com talento histórias de garotinhos assassinos. As suas aventuras pela ficção científica foram proveitosas. O Enigma de outro mundo e Starman são sempre lembrados. No entanto, o momento no qual se encontra nosso planeta foi levado para as telas por Carpenter no final dos anos 80, numa espécie de quase presságio.

Lançado em 1988, Eles vivem poderia estar em cartaz até hoje. A história do operário errante que, por acaso, descobre um par de óculos que lhe permite descobrir que a humanidade está dominada por alienígenas parece bizarra quando narrada numa sinopse, mas vai direto na ferida dos nossos dias. Ao colocar os óculos escuros, o operário, apelidado de Nada pelo colega de trabalho Frank, descobre as mensagens subliminares que os ETs enviam para controlar a população. Os anúncios de agências de viagens e até um inofensivo pacote de biscoitos contém palavras de ordem que todos obedecem sem perceberem. Consuma, compre, conforme-se.

Familiar? Apesar de ser uma ótima ficção científica, a premissa de Eles vivem poderia até render um documentário. Aquela lanchonete famosa que seus filhos querem ir, o salgadinho de embalagem vermelha na gôndola do supermercado e até aquele perfume que você cobiça na vitrine da loja estão ali para te tentar. Você compra e se sente mais completo, parte do mundo. Doce ilusão, não é? É John Carpenter fazendo sua crítica social ácida e certeira. Também temos os nossos alienígenas dominantes.

Não bastasse o ótimo comentário sobre a sociedade de consumo, Eles vivem nos apresenta uma das melhores estéticas de monstros do sci-fi. A imagem criada para os invasores, um misto de crânio de caveira com músculos aparentes, é icônica dentro do gênero.

Os únicos desequilíbrios da produção estão no elenco: Roddy Pipper, ex-lutador de luta livre colocado na posição de protagonista consegue a façanha de irritar o espectador. Suas reações insossas para descobertas incríveis nos fazem pensar em como seria se Eles vivem tivesse um ator com um mínimo de talento em sua linha de frente. A personagem feminina de destaque, só merece atenção pelos olhos azuis hipnotizantes, já que Meg Foster parece estar sempre cansada demais para interpretar.

Eles vivem foi executado com pouca verba e tem falhas de roteiro. No entanto, não se pode negar a brilhante ideia que Carpenter construiu para questionar o seu país, passando longe do patriotismo exacerbado que Hollywood adora. Mostrar que quem constrói e mantém a América girando são os trabalhadores, os errantes, sensíveis às propostas dos poderosos que retém o dinheiro é algo que merece aplausos. Não é obra-prima, apesar de ser inteligente. Mas merece ser visto e revisto. Subliminarmente, consuma John Carpenter. Consuma cinema. Viva, sem segredos.

Eles vivem (They live)

Ano: 1988

Direção: John Carpenter

Disponível em versão restaurada no box Clássicos Sci-fi

Distribuição: Versátil Home Vídeo

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