Coluna

É ESPORTE. A vitória de Gilvan Ribeiro é dele – e de SM. E o pessoal da bola oval não está para brincadeira

Por RAMIRO GUIMARÃES

Garantido nos Jogos do Rio, Gilvan representa o ápice de uma modalidade que deu certo em Santa Maria (Foto Divulgação CBC)
Garantido nos Jogos do Rio, Gilvan representa o ápice de uma modalidade que deu certo em Santa Maria (Foto Divulgação CBC)

A terra da canoagem

Quando o canoísta Gilvan Ribeiro for abordado por algum repórter estrangeiro no Rio de Janeiro, daqui a menos de três meses, ele poderá falar sobre a cidade de Santa Maria, de onde foi revelado para o esporte internacional. O atleta, que garantiu classificação para as Olimpíadas com uma medalha de ouro na prova de K2 200m, no último final de semana, nos Estados Unidos, provavelmente ouvirá alguma referência à Tragédia da Boate Kiss, mas poderá conduzir o assunto para outro lado, falando da Barragem do DNOS e do Bairro Campestre do Menino Deus. Em um momento de empolgação, Gilvan poderá até dizer que ele vem da capital gaúcha da canoagem. Seria um exagero?  Nem tanto.

A canoagem é um esporte improvável que emergiu em águas santa-marienses há cerca de 15 anos. E que já vem rendendo bons frutos desde então. Por isso, a conquista de Gilvan Ribeiro, antes de individual, é coletiva. Tem um aspecto diferente, por exemplo, da história da judoca Maria Portela, que está prestes a carimbar o passaporte para a sua segunda Olimpíada. A vaga de Gilvan Ribeiro nos Jogos do Rio veio, é claro, por meio do seu esforço pessoal, da sua dedicação e até mesmo das escolhas que ele precisou fazer. Mas que foi trilhada a partir de um caminho pavimentado (ou qual seria o termo correspondente para um esporte náutico?) por atletas que vieram antes dele. E que seguirá em frente. Ainda bem!

O mesmo projeto Canoagem na Escola que descobriu o remador olímpico colocou na Seleção Brasileira outros atletas, como Naiane Fragoso Pereira, Jonathan Maia e Givago Ribeiro, o irmão mais velho de Gilvan. Esse trio também representou Santa Maria no Rio de Janeiro, só que no Pan-Americano de 2007. Naiane e Givago, aliás, têm em suas casas um punhado de medalhas conquistadas em competições pan e sul-americanas.

Da mesma forma que talentos da geração seguinte à de Gilvan já começam a despontar, como Mariane dos Santos, que integrou a delegação do Brasil no Pan-Americano de Toronto. A diferença é que, agora, é a Associação Santamariense de Esportes Náuticos (ASENA), e não mais o Canoagem na Escola, que tem a missão de revelar os talentos nas águas da Barragem do DNOS. E há talentos a serem revelados… Muitos!

Então, o que falta mesmo para que Santa Maria possa ser referida, sem hesitação, como a terra da canoagem? Apoio. “Apenas” isso. Falta que o poder público e a classe empresarial olhem para canoagem santa-mariense e enxerguem o seu verdadeiro potencial. Como esporte e até como ferramenta de marketing. Uma modalidade em que a cidade Coração do Rio Grande pode ser uma referência ainda maior do que já é. Pode ter um campeão mundial ou olímpico. Isso é, sim, possível. Gilvan Ribeiro e todos os outros já mostraram isso. Mas é preciso que mais pessoas remem junto com esses atletas. Está mais do que na hora disso.

Universitário Rugby venceu mais uma na temporada e já está na final da 2ª Divisão (Foto Gabriel Haesbaert/A Razão)
Universitário Rugby venceu mais uma na temporada e já está na final da 2ª Divisão (Foto Gabriel Haesbaert/A Razão)

Bola oval na final…

O Universitário Rugby Santa Maria (URSM) provou que sabe lidar muito bem com o favoritismo e garantiu a vaga à final do Campeonato Gaúcho de Rugby 2ª Divisão. No domingo, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o time santa-mariense bateu o Planalto, de Passo Fundo, por 42 a 15, e confirmou a melhor campanha da competição. Caminha a passos largos para repetir a campanha espetacular da temporada 2015.

Agora, é final. Que já está marcada, aliás. No dia 11 de junho, o Universitário recebe o Caxias para definir quem levanta a taça. Lá no começo da competição, o URSM venceu o time da Serra por 34 a 6. Lembrando que quem faturar a 2ª Divisão terá direito a enfrentar o último colocado da 1ª Divisão por uma vaga na elite do rugby gaúcho em 2017.

Santa Maria Soldiers passeou mais uma vez na Baixada e agora tentará chegar ao Beira-Rio (Foto Gabriel Haesbaert/A Razão)
Santa Maria Soldiers passeou mais uma vez na Baixada e agora tentará chegar ao Beira-Rio (Foto Gabriel Haesbaert/A Razão)

E na semifinal também!

Agora, apenas um passo separa o Santa Maria Soldiers do Beira-Rio, onde será disputado o Gigante Bowl, a final do Campeonato Gaúcho de Futebol Americano, em 18 de junho. Na tarde de sábado, no Estádio Presidente Vargas, a casa do Inter-SM, os soldados superaram o Ijuí Drones pelo placar de 35 a 7. O jogo era válido pelo wildcard (uma espécie de repescagem) e classificou o representante de Santa Maria para a semifinal do Gauchão de Futebol Americano. E classificou também para disputar a revanche contra a equipe do Chacais, dia 4 de junho, em Santa Cruz do Sul.

Do outro lado, pela Conferência Leste, o Restinga Redskulls fez 30 a 26 no Porto Alegre Pumpkins e avançou para enfrentar o Juventude, de Caxias do Sul, na semifinal. Será que algum desses times vai topar com o Santa Maria Soldiers no Beira-Rio no mês que vem?

Novo desafio: Série D

Vinícius Munhoz saiu do Sub-20 do Mirassol para retornar ao profissional do Audax, de Osasco, o vice-campeão paulista (foto Reprodução)
Vinícius Munhoz saiu do Sub-20 do Mirassol para retornar ao profissional do Audax, de Osasco, o vice-campeão paulista (foto Reprodução)

Há pouco mais de duas semanas, foi destacado, neste espaço, o bom trabalho do técnico santa-mariense Vinícius Munhoz lá pelo interior de São Paulo. Pois o moral dele acaba de se confirmar em mais uma oportunidade. Vinícius, que estava no comando da equipe Sub-20 do Mirassol na disputa do Estadual da categoria, foi chamado para assumir o time profissional do Grêmio Osasco Audax na Série de D do Brasileirão.

Assim, o técnico santa-mariense está de volta ao badalado vice-campeão paulista, onde já esteve entre 2014 (nos juniores) e 2015 (nos profissionais). Mas a equipe que será treinada por ele na competição nacional, a partir de 12 de junho, será um tanto quanto diferente daquela que encantou o Brasil no primeiro semestre. Por meio de uma parceria com o Oeste, também do interior paulista, alguns jogadores do Audax e até o técnico Fernando Diniz irão encarar os desafios da Série B do Brasileirão.

E, agora, a parte mais bacana da história. Na disputa da Série D, Vinícius Munhoz pode encontrar na fase de mata-mata outro santa-mariense que estava recentemente no futebol paulista: Tiago Nunes, técnico do São Paulo, de Rio Grande. O Audax está no Grupo 13 e o São Paulo-RG está no 16 da Série D do Brasileirão.

 

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