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HISTÓRIA. Projeto quer preservar a parte mais antiga, o “Cemitério Alemão”, no Ecumênico Municipal

Parte do grupodo curso de Arquivologia envolvido com o projeto, que busca preservar parte importante da história de Santa Maria
Parte do grupodo curso de Arquivologia envolvido com o projeto, que busca preservar parte importante da história de Santa Maria

Por TAÍSA MEDEIROS (com foto de Arquivo Pessoal), da Coordenadoria de Comunicação Social da UFSM

Desde que os sepultamentos começaram a ocorrer em cemitérios, estes espaços passaram a guardar um pouco da história dos lugares e das pessoas. Cemitérios são muito mais do que locais de descanso para entes queridos: muitas vezes, além das suas funções religiosas, se tornam locais turísticos e patrimônio histórico e cultural.

É nesse sentido que o projeto “Informação lapidar da parte antiga do Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria – O ‘Cemitério Alemão’ fase I” atua, buscando a preservação de alguns dos monumentos do cemitério. O projeto é coordenado pela professora do curso de Arquivologia da UFSM Fernanda Kieling Pedrazzi e conta com 12 participantes, entre alunos, servidores da UFSM e alguns externos à Universidade.

O grupo vem atuando desde 2015 e, no mês de junho, completou um ano de atuação, tempo que demarca o término da primeira fase. Nesta fase de execução do projeto a primeira missão foi registrar com dados e fotos a parte mais antiga do cemitério, chamada de “Cemitério Alemão”.

O interesse é em túmulos de pessoas falecidas antes de 1950. “Projetamos 1950 como um marco porque praticamente dá 100 anos de existência do cemitério, que foi criado em meados de 1860, e teríamos como demarcação a metade do Século 20. Os falecidos após o início de 1950 já não entram na nossa pesquisa”, comenta Fernanda.

O Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria foi criado atendendo a uma demanda de imigrantes alemães, que traziam suas crenças na religião evangélica luterana e, por isso, não eram enterrados no espaço católico, junto à Catedral.

Esse fato justifica que no Cemitério Ecumênico existe um grande número de lápides escritas em língua alemã. “A lápide escrita em alemão denota não só a procedência, mas o quanto era importante para eles a expressão da morte na língua original deles”, comenta a professora. Porém encontram-se também sepulturas em outras línguas, como o francês e o espanhol.

Parceria com a Prefeitura

Segundo Fernanda, logo que o projeto foi iniciado, ainda não era de conhecimento do grupo o interesse da Prefeitura de Santa Maria na preservação da parte mais antiga do cemitério. O grupo realizou uma comunicação do ente público sobre a realização do projeto, no entanto, não obteve resposta da Secretaria de Município de Infraestrutura.

Porém, este ano a Prefeitura entrou em contato com Fernanda para uma parceria, solicitando as informações do projeto, já que o executivo tem a ideia de implementar a terceirização do cemitério. Esta mudança irá requerer um planejamento de quais partes serão restauradas e quais serão mantidas, e é neste aspecto que o grupo de pesquisa auxiliará a Prefeitura. Posteriormente a Câmara de Vereadores também fez contato com o grupo e, depois de vereadores e prefeito chegarem a um consenso, decidiu-se por criar um Projeto de Lei, a partir da Câmara e com o apoio do executivo, propondo um olhar de preservação para a área estudada. O grupo então repassou o material solicitado à arquivista da Câmara, Jara Silveira, que está subsidiando os vereadores com informações.

O objetivo do grupo é ainda lançar um material impresso, ou até mesmo online, para registro das informações levantadas durante a execução do projeto. “A publicação deste material vai servir de fonte para outras pessoas que pesquisam a história de Santa Maria, porque vai ter dados genealógicos, dados das pessoas, localização. Achamos que o uso deste nosso trabalho excede a própria criatividade do grupo, porque pode ser um uso histórico futuramente, do ponto de vista da ornamentação, pode ser a respeito do uso de materiais, pode ser um uso das fotografias dos túmulos, que é um outro elemento informacional importante que observamos”, comenta Fernanda.

Na véspera do Dia de Finados no ano passado, o grupo foi ao cemitério fazer uma intervenção. “Nós limpamos um túmulo que tinha lugar de destaque, e também o escolhemos devido a sua beleza. A limpeza deve ser regular. Agora, por exemplo, o túmulo que limpamos provavelmente já está sujo e cheio de folhas novamente”, afirma a professora.

Nesse sentido, Fernanda chama atenção para o estado de conservação do cemitério. Com a terceirização, espera-se que passe a ser melhor cuidado mas que também sejam preservadas as partes de relevância histórica.

“Os cemitérios são tão importantes porque eles mantêm coisas que nenhum outro lugar mais tem. O que a gente fez é muito amplo e não gostaríamos que todos esses túmulos fossem demolidos”, finaliza a professora.

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