DO FEICEBUQUI. O bom e o mau comentarista serão o mesmo? E os grandes eventos da cidade sob ameaça
O editor tem publicado observações curtas (ou nem tanto) no seu perfil do Feicebuqui que, nem sempre, são objeto de notas aqui no sítio. Então, eventualmente as reproduzirá também para o público daqui. Como são os casos desses textos, que foram postados na rede social nas últimas horas – um deles do amigo Ricardo Bassi. Confira:
O BOM E O MAU
Consta ser essa uma regra, vinda da polícia ianque. De um lado, o inquisidor bonzinho. Se este não funciona, vem o mau. O inquirido? Bem, esse escolhe apenas o destinatário da confissão.
Lembrei dessa história ao acompanhar os comentários de dois leitores de meu site. Um vem com argumentos teóricos. Outro com a punhalada sem dó. Um é o bonzinho. Outro é o ruinzão.
Ambos, vamos dizer assim, de pensamento liberal. Direita? (ora, isso não existe mais, né?). Mas há o intelectual. E também o troglodita.
Sei não, mas há momentos em que penso serem a mesma pessoa. Não, não deve ser. Mas, se for, descobrirei.
![Bassi não se refere especificamente a evento algum, mas certamente, entre eles está o Natal do Coração, iniciado neste sábado (foto Gabriel Haesbaert/A Razão)](https://claudemirpereira.com.br/wp-content/uploads/2016/11/feicebuqui-natal.jpg)
O ALERTA…
…sobre o futuro dos grandes eventos da cidade, na postagem de Ricardo Bassi:
“O prefeito eleito tem todo o direito de decidir qual a melhor forma de governar, respeitamos isso.
Mas o orçamento desses grandes eventos não resolvem a questão da saúde, vai ocorrer que a cidade vai ficar sem eventos que geram renda, emprego, prestigia artistas locais e movimentam a economia da cidade e também com os mesmos problemas na área da saúde.
A solução vai muito além de financeira, sem contar a burocracia e os possíveis apontamentos que poderá sofrer logo ali adiante.”
Lendo o bom e o mau lembrei de Fucker & Sucker do Casseta e Planeta. Aquele programa do jornalismo-mentira e humorismo-verdade.
Senhor Bianco, vamos aumentar a qualidade dos argumentos expandindo com questões a um nível mais pertinente de realidade?
As festas não poderiam ser mais baratas?
Realmente todas as festas dão retorno financeiro para algumas empresas ou pessoas, como o senhor presume que sim?
Tem sentido gastar muito caro com um evento (balonismo) que depende de boas condições climáticas, e que não saindo por falta de boas condições climáticas, ainda assim se tem de pagar algum prejuízo? Isso é irracional.
Por que os pretensos ganhadores financeiros que o senhor elenca não poderiam ajudar a pagar as festas ou pagá-las na sua totalidade? Toda a sociedade tem de pagar todo o custo das festas para uma minúscula parte dela ter retorno financeiro? Que maravilha. Isso tem um outro nome.
E para concluir, vou falar do contexto.
Com caixa no vermelho, sempre é irracional gastar o que não se tem.
Gosto de exemplificar alguns absurdos racionais que passam na cabeça das pessoas quando fazem uma coisa no seu mundo pessoal e apoiam que políticos façam bem diferente (para pior) quando o caixa é de todos, comparando a realidade da gestão financeira pessoal com as nossas contas públicas. Sim, as contas públicas são nossas, de todos, não do prefeito. O prefeito é só o gerente delas. Se não tem, quem paga a conta somos nós, não sai do bolso do prefeito.
A comparação: se uma família prevê fazer uma festa de Natal e orça-a, dando conta que a despesa será três vezes o valor das contas atrasadas, contas de luz e água não pagas há meses, ainda assim tem algum sentido racional fazer a festa?
Pense um pouquinho.
Veja bem, essa família está com contas atrasadas, no vermelho, e pretendia vai fazer mais uma despesa que a deixaria mais no vermelho. Ela não pagaria as contas de água e luz pela economia ao não fazer a festa, mas ela abateria o valor da dívida, a conta no vermelho não aumentaria.
Então, fazer as despesas das festas mesmo assim, “porque a economia delas não resolvem o problema da saúde”, segundo o senhor, é um argumento tosco. Por quê? Não estamos precisando poupar nossas despesas para alocá-las para outro lugar, para resolver o problema de outro setor totalmente, estamos precisando poupar porque já estamos no vermelho. Porque poupar vai ajudar a minimizar as contas que já estão no vermelho.
Cada despesa não feita, não prioritária, de onde já não tem se tem, é passo importante para ajeitar as contas num tempo futuro. Qualquer pessoa que tem um cérebro racional sabe disso e faz isso com suas contas no mundo pessoal, familiar e até na empresa que tem.
Ontem, mesmo na linda festa de Natal, a cada foguete que virava cinzas ficava pensando: “mais uma despesa que não vai ajudar a pagar a conta de luz atrasada da prefeitura”. Ah, se não tivesse foguetes pagaria toda a conta? Não. Mas cada real poupado de forma consciente, racional, ou que uma empresa pudesse pagar no lugar de toda a sociedade, dinheiro que não tem sobrando, ajudaria a colocar as contas em dia.
Vou precisar perder mais tempo para falar do óbvio ululante, ou o senhor entendeu?
Função do Estado (no caso a prefeitura) não é ficar “estimulando” atividade econômica. Já vimos no que resultam estas coisas.
Geração de renda, emprego, etc. não passa de falácia. Como muitos números apresentados na cidade, coisa de gente que não quer a brasa longe do próprio assado. Saindo da aldeia para não comprar muita briga. Quantos turistas extrangeiros visitaram o Brasil em 2015? Pouco mais de 6 milhões. Cidade de Miami nos US recebeu mais de 15 milhões de visitantes, grande maioria de estrangeiros. Quase 25 bilhões de dólares de impacto econômico. Pessoal do turismo defende “que é preciso investir mais na área”, desenvolver porque o retorno econômico resolverá os problemas. Pergunta: é moral investir em turismo com pessoas empilhadas em corredores de hospital? Porque enquanto “seu” retorno não vem, alguém perde a vida.
Pozzobom tem que falar com alguém de RH. Eles estudam o assunto “resistência à mudança”.
Ricardo Bassi, te preocupa com os gastos do governo do estado que fala em crise, paga salários parcelados mas gasta muito em diárias e propaganda em televisão, rádio, etc. Tu é um dos que abandonou o barco e foi mamar no estado.
Difícil saber quem é o menos pior, isso sim. Me lembra o Hotel Bates.