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TRAGÉDIA. Quatro assassinatos em sequência e com mesmo autor, no interior de Pinhal Grande, 4ª Colônia

Suspeito, até a publicação desta nota, está foragido e é procurado por policiais de Santa Maria, Nova Palma, Júlio de Castilhos e Pinhal Grande
Suspeito, até a publicação desta nota, está foragido e é procurado por policiais de SM, Nova Palma, Júlio de Castilhos e Pinhal Grande

Por MAIQUEL ROSAURO (texto) e GABRIEL HAESBAERT (foto), no jornal A Razão

Um agricultor é suspeito de ter assassinado uma criança, dois adolescentes e um idoso na manhã desta terça-feira (29), em Pinhal Grande, na Quarta Colônia. Os crimes ocorreram na localidade de Rincão dos Basílios, no interior do município. Todas as mortes foram cometidas com arma de fogo.

O primeiro assassinato ocorreu pouco antes das 7h, em uma residência que o agricultor possui na localidade. No local, suspeita-se que ele teria abusado da enteada, Bianca Moraes de Salles, 16 anos, e depois atirado na cabeça da moça. O corpo da jovem foi encontrado sobre a cama.

O suspeito saiu do local em seu caro, um Fiat Uno de cor verde, e seguiu em direção ao Bairro São José. No caminho, ele matou os estudantes Iran Gonçalves dos Santos, 10, e Alex Cardoso Leal, 17. Iran teria morrido na estrada, enquanto Alex foi alvejado na parada de ônibus onde esperava o transporte escolar. Alex chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Porém, morreu no caminho.

Após matar os garotos, o suspeito ainda teria assassinado o agricultor Afonso Gonçalves, 60 anos. O produtor rural foi morto no pátio de sua casa enquanto cuidava de porcos que estavam em um chiqueiro.

Mais de 25 policiais civis e brigadianos de Santa Maria, Júlio de Castilhos e Nova Palma realizam buscas pelo suspeito em Pinhal Grande. A região possui diversos morros, o que dificulta à procura. Até o fechamento desta edição, o suspeito seguia foragido.

Comunidade está apavorada
Pinhal Grande é um pacato município da Quarta Colônia, com cerca de 4,5 mil habitantes, conforme o IBGE. O crime assustou a população. As aulas em toda a rede municipal e estadual foram suspensas até quinta-feira.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Rubin Filho, onde Alex Leal estudava, o clima era de abatimento e tristeza por parte dos professores.

“O Alex era muito querido, respeitoso, prestava atenção na aula e não tinha muita dificuldade”, lamenta a professora de Matemática, Patrícia de Pellegrin.

Bianca Salles, enteada do suspeito, estudou na mesma escola. No local, ela é lembrada com carinho pela professora Anelise Wendt, também de Matemática.

“Bianca era muito esforçada, queria aprender e sempre tinha a necessidade de ser ouvida. Relatamos alguns problemas que ela sofria em casa para o Conselho Tutelar”, afirma Anelise.

A Prefeitura de Pinhal Grande decretou luto de três dias no município.

“Estamos empenhados em dar conforto e suporte em todos os sentidos aos familiares das vítimas. Aguardamos que seja restabelecido a segurança e a tranquilidade ao povo pinhal-grandense com a prisão do suspeito da chacina”, afirmou o prefeito Selmar Durigon.

Pai está inconsolável
No final da manhã desta terça, dezenas de parentes e amigos dos garotos assassinados reuniram-se na Casa de Saúde São José, onde estavam os corpos dos meninos. No local, os familiares tentavam buscar alguma explicação para os crimes.

Novembrino dos Santos, pai de Iran Gonçalves, estava inconsolável. O menino estava junto do irmão, Giovane, 17, que escapou do suspeito e teria visto a cena.

“O Giovane contou que ele (o suspeito) ergueu o Iran pela orelha, jogou ele no chão e depois atirou. A mochila do meu filho ficou na estrada”, relata Novembrino.

Vítima havia acabado de se aposentar
Afonso Gonçalves vivia um momento especial. Há uma semana o agricultor havia conquistado sua aposentadoria. Conforme sua filha, Graciela Gonçalves, ele morreu enquanto lidava com os porcos de sua propriedade.

“Estamos todos com medo. Ainda bem que ele (o suspeito) não viu a mãe, que estava dentro de casa. Do contrário, ela também poderia estar morta”, avalia Graciela.

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