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POLÍTICA. Um “maremoto” se aproxima de Brasília. Executivos da Odebrecht começam a assinar delação

Dezenas de executivos, inclusive seu presidente, Marcelo Odebrecht, da maior construtora do continente, assinam suas delações
Dezenas de executivos, inclusive seu presidente, Marcelo Odebrecht, da maior construtora do continente, assinam suas delações

Por GIL ALESSI, com foto de Reprodução, no jornal EL PAÍS

As delações premiadas mais aguardadas da Operação Lava Jato – e as potencialmente mais danosas para o Governo Michel Temer e para a elite política brasileira em geral – começaram a ser assinadas nesta quinta-feira. A construtora Odebrecht, a maior do setor na América Latina, firmou um acordo de leniência (ajuste de conduta) com o Ministério Público Federal. Foi o primeiro passo para que dezenas de executivos e diretores da empreiteira, inclusive o ex-presidente Marcelo Odebrecht, pudessem finalmente também começar a assinar acordos de colaboração com a Justiça negociados há meses nesta quinta. Os termos do acordo de leniência preveem que a empresa pague uma multa de 6,7 bilhões de reais ao longo de 23 anos – a maior indenização paga por uma companhia brasileira por crimes de corrupção. Em valores corrigidos, o montante chegará a 8,5 bilhões. Parte dos recursos será revertido para autoridades dos Estados Unidos e Suíça, mas a maioria irá para os cofres públicos brasileiros, de acordo com a Folha de S. Paulo. Em contrapartida, a Odebrecht poderá continuar firmando contratos com o poder público, algo visto como fundamental para que continue suas operações e não feche as portas.

O acordo de colaboração com a Justiça é monumental e pode fazer a Lava Jato, a já maior investigação da história brasileira, mudar de escala. Ao todo, 77 executivos e ex-executivos do grupo querem fazer delação premiada em troca de redução de pena, mas o acerto ainda precisa ser validado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato. Antes de enviar o material ao STF _a corte é a responsável porque alguns dos políticos citados têm direito a foro privilegiado_, os procuradores irão analisar se o conteúdo das delações feitas pelos funcionários e diretores são relevantes do ponto de vista da investigação, o que pode se estender até as vésperas do recesso do Judiciário, em 20 de dezembro. Da Arena Corinthians, em São Paulo, à usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará, existe a suspeita de que dezenas de obras e contratos da empreiteira tenham envolvido formação de cartel ou pagamento de propinas.

“Desculpe, a Odebrecht errou”

As autoridades não confirmaram oficialmente os passos decisivos para a chamada delação do fim do mundo, mas a própria construtora daria um sinal da finalização do acordo. Em suas redes sociais, anunciou que publicará nesta sexta-feira nos principais jornais um anúncio chamado “Desculpe, a Odebrecht errou”. Nele, a empresa admite ter incorrido a “práticas impróprias” e promete não fazê-lo mais em sintonia com uma sociedade “que quer elevar a qualidade das relações entre o poder público e as empresas privadas.”

Foi a segunda nota pública da empresa admitindo diretamente participação em práticas corruptas. A primeira foi em março deste ano, quando começaram as negociações para a delação premiada _uma possibilidade até então veementemente rechaçada pela companhia. Naquele mês, a empresa disse participar de “um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país”. Foi a início da contagem regressiva para revelações, potencialmente sem cor partidária, capazes de provocar um maremoto político. O alerta de tsunami parece ter chegado após quase dois anos ininterruptos de crise política, com direito ao primeiro impeachment de um presidente brasileiro em 20 anos…”

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Um Comentário

  1. Melhor esperar. Mídia nacional (deixando de lado o aspecto ideológico) é exagerada. Erra muito também, não é má fé, é incompetência mesmo.
    Melhor coisa que pode acontecer (ao menos para quem não tem político corrupto de estimação) com as delações é serem vazadas. Os processos dos políticos irão todos para o STF. Mesmo dividindo entre os ministros, a coisa toda vai demorar mais de década. As famílias é que podem ir parar no primeiro grau, o que sempre é problema.
    Aí surge alguém com as formalidades judiciais justificar a impunidade: presunção de inocência, garantias. Alguns podem ser acusados e o Estado não conseguirá provar que são culpados. Alguns conseguirão prescrições. Alguns até poderão ser inocentes. Désolé. A mulher de Cesar não basta ser honesta, tem que parecer honesta. E na urna não pode existir presunção de inocência, muito pelo contrário.

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