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Domingo na várzea – por Carlos Costabeber

Há alguns meses escrevi nesse espaço um artigo intitulado “Domingo no Campus”. Na época sugeri que alunos e professores da UFSM desenvolvessem ações junto às milhares de pessoas que frequentam as áreas verdes do local nos finais de semana. Mas, infelizmente, até o momento não vi nenhuma iniciativa nesse sentido.

No entanto, recebi um convite do Prof. Enio Marchesan do Departamento de Fitotecnia do Curso de Agronomia, para um evento no último dia 15, denominado “Domingo na Várzea”. O objetivo foi mostrar aos produtores de arroz de Santa Maria, o trabalho que está sendo desenvolvido dentro do próprio “Campus”.

Apaixonado pelo agronegócio, aproveitei o convite do amigo Ênio para acompanhar as experiências práticas que estão sendo desenvolvidas na produção de soja, arroz e milho em áreas irrigadas. Convidei o Secretário da Agricultura, Rodrigo Mena Barreto, para que possa estimular os demais produtores a conhecerem esse maravilhoso trabalho. E agora é o momento mais oportuno, pois as plantas se encontram em fase adiantada de crescimento, e podem ser melhor avaliadas.

Minha principal conclusão dessa visita: a agricultura brasileira depende umbilicalmente das pesquisas desenvolvidas nas nossas universidades e em órgãos como a Embrapa. Caso contrário, seremos totalmente subjugados pelo poder das grandes multinacionais. Elas têm os melhores cientistas, os mais avançados laboratórios, escala, presença global e muito dinheiro. É covardia!

Para exemplificar, no ano passado visitei a Festa de Abertura da Colheita do Arroz em Alegrete, e fiquei impressionado com o domínio absoluto das grandes multinacionais, oferecendo linhas de produtos químicos específicos para cada fase, desde o plantio até a proximidade da colheita.

Enquanto isso, aqui pertinho, os agricultores podem conhecer o desenvolvimento de 30 variedades de soja, as diversas possibilidades de manuseio do solo, os resultados obtidos com a aplicação de nutrientes e defensivos agrícolas, e o momento mais indicado para colocar a semente no solo. Tudo aqui na UFSM, de graça, e que vai fazer a diferença entre o lucro ou o prejuízo do investimento realizado.

Realmente é cada vez mais complexa a decisão de como, quando e onde plantar, e que ferramentas tecnológicas usar para se obter a maximização dos resultados. Mesmo assim, existe uma varável totalmente incontrolável que é o clima. Na atual safra, todos se prepararam para a chegada do “La Niña”. Só que isso não ocorreu como previsto, e a estiagem no final do ano prejudicou muitas as lavouras. Aliás, com toda a moderna tecnologia meteorológica disponível no mundo, ninguém ainda consegue prever com exatidão o que ocorrerá com o tempo, além de 48 horas.

Por isso considero os homens do campo, verdadeiros heróis dessa nação. Alheios à crise e à bagunça política brasileira, vivem os seus negócios às 24 horas do dia. São eles que fazem “o Brasil dar certo”. Salve, pois, o agronegócio e os pesquisadores das áreas rurais das nossas universidades. Todos fazem a diferença por um Brasil melhor.

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