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EXTRA! Amanhã, última edição do jornal A Razão

A edição desta sexta, 24 de fevereiro, acaba por se transformar na penúltima de uma história que se confunde com a de Santa Maria

Confirma-se, enfim, a boataria que tomava conta dos meios midiáticos e jornalísticos. Circula amanhã a edição número 114, do ano 83. E será a última do jornal A Razão. Setores do jornal foram comunicados aos pouquinhos, nesta sexta-feira. Mas o anúncio oficial aconteceu há instantes, em reunião com os funcionários, na redação. Foi  feito pelos atuais dirigentes máximos, os irmãos Alexandre e Renata de Grandi, com o advogado Daniel Tonetto.

Não se sabe exatamente como será a liquidação da empresa, a ser feita judicialmente. Mas o fato é que dezenas de empregos serão ceifados e uma parte importante da história de Santa Maria e do jornalismo local e regional se perderá.

A Razão começou a circular, e o fez ininterruptamente até agora, em 9 de outubro de 1934, fundado por Clarimundo Flores. Mais adiante passou a fazer parte do condomínio dos Diários Associados, que o vendeu aos irmãos Luizinho e Celito de Grandi e à esposa do primeiro, Zaira.

Com a morte de Luizinho e o afastamento de Celito, Zaira assumiu o comando da empresa em 1988. Falecida no ano passado, aparentemente, o jornal, que já vinha cambaleante, não encontrou mais forças para resistir. Nos últimos tempos, seu dirigente máximo era o jornalista Alexandre de Grandi, filho de Zaira.

PS. Taí uma notícia que este editor não gostaria de dar. Afinal, dos seus 34 anos de vida profissional, 30 se passaram, de alguma maneira, dentro ou nas proximidades da redação de A Razão. E, como todos os seus amigos, está triste. O jornalismo está de luto, pode estar certo, caro leitor.

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14 Comentários

  1. Meu estágio de jornalismo impresso foi realizado nessa empresa. No ano de 1978. Profundamente lamentável!!!

  2. É mesmo não Claudemir Pereira? Até mesmo na minha o Jornal A Razão influenciou. Lamento profundamente a notícia.

  3. Como Santamariense desgarrado, fico triste com a notícia do fechamento de um jornal que faz parte da história da cidade.

  4. Não é que falta bairrismo.

    Santa Maria não é uma cidade convencional, é uma cidade de temporários e multicultural, isso é histórico. E já foi muito mais. O “conteúdo local” é pequeno para quem vem de outros estados e outras cidades trabalhar e estudar aqui. E logo vão embora.

    As pessoas chegam com suas raízes, suas línguas regionais, suas necessidades específicas de conhecimento e de informação, já vem com sua bagagem cultural e seu time do coração “prontos”. Os que já estão aqui? Podem até ter algumas raízes, mas nada apegados, torcem mais para a dupla Gre-Nal do que para os times locais.

    Por mais que se esforcem a tv, os rádios, a mídia impressa falando dos times locais, dos buracos locais a consertar, da grande página policial, da programação de cinema, dos times locais que nunca decolaram por causa de serem os “terceiros” de quem vem de fora, a própria imprensa local perde importância. Só para dar um exemplo: muitos precisavam dos jornais para saber a programação do cinema local, agora nem isso mais.

    O mundo ficou globalizado, interessa-nos mais um jornalismo nacional ou internacional ou muito bem segmentado (para jogos, política, economia, negócios, comentários de articulistas de peso, quer-se assistir a qualidade de um jogo do Barcelona jogando do que os “pernas de pau” locais. Isso é fato. E por isso jornais e timecos locais perdem importância.

    É um absoluta desperdício de tempo, por exemplo, a RBS devotar um tempo nobre do espaço local de meio-dia, com tanta coisa mais importante a mostrar e discutir, que envolvem nossa vida financeira (impostos, despesas da prefeitura, etc), do que falar do “Periquito” ou do calor do dia de ontem.

    A imprensa local gerando conteúdo local não mais atende a necessidade da maioria, que é diversa, complexa e cada vez mais segmentada, e que em segundos tem sua necessidade de informação e dados com o Google, de graça. O smartphone e os tablets são suportes acessórios de conteúdo complementar do que é visto na tv, naquele instante, tv que apresenta 200 canais. Não é no jornal local que essa busca se completa.

    O mundo muda, as necessidades das pessoas idem, e vice-versa, e os negócios que abrem e fecham nada mais são que os reflexos dessas mudanças.

    Quando um negócio vira “vácuo” (perde importância) porque não atende mais a necessidade das pessoas em potencial financeiro suficiente para sobreviver, naturalmente fecha. E isso é fato natural e mostra como a condição humana evolui, quem quer sobreviver precisa acompanhar essas mudanças, sair na frente, até. “Quem fica parado (na tradição) é poste”.

  5. Uma lástima para a Cidade, mais uma grande perda. Falta bairrismo nesta cidade. A história vai se perdendo aos poucos. É assim com a imprensa, é assim com o futebol e assim vai. Temos mais ouvintes de emissoras de fora, temos mais leitores e assinantes de jornais de fora, temos mais sócios da dupla GRE-NAL do que da dupla RIO-NAL, e por aí já perdemos há muito tempo nossa identidade. Uma cidade sem raízes. Uma pena !!!

  6. Meu pai Wilson Bilibio, trabalhou +/- 30 anos como tipógrafo e paginador, lá no prédio que ficava na praça Saldanha Marinho, boa parte da minha infância foi
    naquele prédio, eu levava todos os dias a janta do meu pai, corria entre as Linotypes, e as vezes ganhava uma linha fundida no chumbo com meu nome, foi com o Jornal A RAZÄO que eu aprendi a ler jornal.

  7. Eu tive uma coluna semanal lá nos anos 90 no jornal. Apesar da informatização da notícia, continuava acompanhando o formato tradicional – apesar do seu “delay”. Uma pena, perde a comunidade, perdem aqueles que acreditavam em um veículo fazendo concorrência ao modelo engessado do outro que também quebrou.

  8. Foi trabalhando na arte-final do jornal a Razão,criando layouts para o comercial que depois fui trabalhar no jornal do Comercio e depois Zero Hora!Foi minha escola!!!Lamento!!!

  9. Não sei o motivo do fechamento do jornal A Razão, mas gostaria de ressaltar que foi e será uma grande perda para Santa Maria, lembro que em setembro de 2012 resolvi fazer uma assinatura do Jornal e que sempre tive a impressão de que este jornal sempre foi imparcial em tudo e era melhor que o Diário. Esperamos que esta notícia não seja verdadeira.

  10. Estou muito triste. Muitas noites sonhava em estar trabalhando novamente lá na redação com ótimos colegas. Que dor no coração. A história de Santa Maria perdeu uma grande empresa.

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