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CÂMARA. Tubias nega sucateamento do maquinário e explica para CPI a falta de conserto dos equipamentos

Depoimento do ex-secretário de Infraestrutura, Tubias Calil, foi o mais longo da CPI do Parque de Máquinas, durando mais de 2h30min

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Equipe do Site

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades no Parque de Máquinas da Prefeitura teve uma manhã intensa nessa sexta-feira (24). Foram realizadas três oitivas com testemunhas chaves para a investigação. Destaque para o depoimento mais esperado de toda a apuração, do ex-secretário de Infraestrutura, Tubias Calil (PMDB), que se estendeu por mais de 2h30min.

O primeiro a falar foi o ex-secretário adjunto de Infraestrutura, Alexandre Brasil. Logo no início ele relatou que estava ansioso para vir à CPI e que tinha muita coisa para falar. Seu depoimento durou cerca de 1h20min.

Brasil disse que não há sucateamento na Secretaria de Infraestrutura, o problema estaria nas dificuldades financeiras e na burocracia. Ele explicou que o maquinário da Prefeitura é antigo, o que acaba ocasionando com que as peças estraguem com maior frequência. Também esclareceu que as motoniveladoras chinesas, consideradas de baixa qualidade, foram adquiridas porque tinham o menor preço no processo de licitação.

“Sem processo de inexigibilidade, não tinha como não comprar”, explicou Brasil.

O ex-secretário adjunto também deixou claro que a gestão passada da Secretaria não deixou dívidas junto os fornecedores.

“Se não tem empenho, não tem dívida”, afirmou.

Tubias detalhou a situação das máquinas

Na sequência, os vereadores que formam a CPI, Juliano Soares – Juba (PSDB), presidente; Vanderlei Araujo (PP), vice; e Marion Mortari (PSD), relator; receberam Tubias no Plenário. O ex-secretário iniciou na mesma linha do seu antecessor, expondo que esperou muito tempo para ser chamado pela CPI e que se manteve calado até o momento para não atrapalhar a investigação.

Tubias disse que é uma inverdade a afirmação de que 70% das máquinas estão sucateadas, alegando que os equipamentos tem uma média de idade entre 27 e 30 anos. Segundo ele, a Prefeitura de São Sepé tem mais maquinário do que o Executivo santa-mariense, o que ajuda a entender o desgaste das peças.

O antigo secretário explicou que o trator de esteira, que hoje se encontra na oficina de José Carlos Valenzuela, foi levado até o mecânico para orçamento em agosto de 2015. Contudo, o profissional acabou realizando alguns consertos sem ordem do Executivo.

“Em um ato discricionário meu, resolvi pedir orçamento do trator. Ele (Valenzuela) não tinha ordem para arrumar”, sustenta Tubias.

Quando a Prefeitura tentou buscar o equipamento, o mecânico impediu e disse que o veículo não sairia de lá sem pagamento (o imbróglio permanece até hoje). Tubias ainda alegou que o trator de esteira jamais foi abandonado, mas encontra-se detido na oficina de Valenzuela. Também disse que jamais ofereceu cheques para pagamento do conserto.

Em relação à escavadeira hidráulica que ficou dois anos parada em outra oficina, Tubias explicou que o conserto não foi feito porque um novo equipamento estava prestes a ser comprado. A máquina não foi trazida novamente para o Parque de Máquinas porque a Prefeitura não possui um veículo com guincho e prancha para realizar o transporte.

Tubias descreveu os contratos com as empresas prestadoras de serviços e corroborou com a fala de Brasil ao afirmar que todos os empenhos foram pagos, e que a Prefeitura não ficou devendo para ninguém. Também detalhou os problemas enfrentados com as motoniveladoras chinesas, no qual o Executivo se viu obrigado a realizar a compra devido às normas da licitação.

Em alguns momentos, Tubias chegou a bater boca com Marion e insistiu para que os vereadores ouvissem tudo o que ele tinha a dizer. Também chegou a chamar de covarde um vereador (não revelou o nome) que estava ausente do Plenário, alegando que tinha uma pasta com documentos preparada para ele.

A oitiva também foi marcada por algumas denúncias contra a atual gestão do Município em relação a práticas desenvolvidas na Secretaria de Infraestrutura.

“Várias denúncias da atual administração já chegaram para mim. E se quiser, eu entrego”, afirmou Tubias.

Horas-máquina e perícia

A última oitiva foi também a mais curta, com apenas 15 minutos. Foi ouvido o representante da empresa CP da Silva, Luis Fernando Barbosa. Ele explicou como eram desenvolvidos os trabalhos de horas-máquina para o Executivo e quem eram os responsáveis pela fiscalização do serviço.

De acordo com Juba, ainda não está definido se irão ocorrer novas oitivas. Na próxima semana, o mecânico contratado para fazer a perícia no maquinário entregará o seu parecer.

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