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Pinochet morto. Se vai mais um ditador. E, se é possível ser ainda pior, um torturador. Argh!

Depois de uma semana internado no Hospital Militar de Santiago, no Chile, morreu hoje, no início da tarde, o ex-ditador chileno Augusto Pinochet. Para saber o que penso a respeito, basta que eu reproduza, o que faço imediatamente a seguir, o texto, com meus comentários, a nota que publiquei há cinco dias, menos algumas horas. Mais exatamente em 5 de dezembro, à 01:21:27. Confira:



“Piedade, não. Pinochet está morrendo. Já vai tarde, é o que pensam democratas e humanistas

Sem essa de achar que depois de morto ele vira normal. De jeito nenhum. Augusto Pinochet matou (ou mandou, ou viu e não se importou) milhares de chilenos e também de outros países, inclusive brasileiros que se encontravam asilados além da cordilheira dos Andes, naquele início dos anos 70.

Agora, processado por seus patrícios, está à beira da morte, com prisão domiciliar decretada. Pois que se vá. Não deixará saudade. Lembro da visita que fiz, em 2000, ao Palácio La Moneda, em Santiago. Hoje, um símbolo de liberdade, antes, templo do terror fascista. Não tive coragem de ir ao Estádio Nacional. Lá, muitos foram torturados e mortos. Como esperar que um sujeito que comandou tudo isso mereça piedade? De mim, definitivamente, não.

Aparentemente, longe estou de pensar sozinho sobre isso. Leia o que escreve, no blog “No Mínimo”, do site “Último Segundo”, o jornalista Pedro Dória. Aí, bem, aí a opinião já será sua:

”O outro Onze de Setembro

As últimas informações, até o momento da escrita, é de que o general da reserva chileno Augusto Pinochet está mal após um ataque cardíaco, corre risco de vida – mas que o estado é estável. Pinochet recebeu a extrema-unção, diz um porta-voz da família. Tem 91 anos, completados no último dia 25.

É um bom momento para lembrar do outro Onze de Setembro – aquele de 1973, quando Augusto José Ramón Pinochet Ugarte revelou enfim seu caráter ao Chile, ao mundo.

O ano de 1973 foi de todo complicado para o governo chileno comandado pelo presidente Salvador Allende. Uma crise econômica mobilizava o país, o governo norte-americano pressionava envolto por suas paranóias anti-comunistas, e os militares estavam de pé. Em junho, um grupo aquartelado chegou a levar veículos pesados até as portas do Palácio de La Moneda, presidencial, e disparar. Mas o Tanquetazo foi controlado.

As Forças Armadas chilenas estavam incontroláveis fazia meses. Pressionavam um governo acuado e amedrontado. A hierarquia já estava instável quando o comandante em chefe do Exército, general René Schneider Chereau, fora assassinado em 1970. Naquele ano, a operação patrocinada pela CIA indignou a população e garantiu a Allende sua eleição. Foi com o comandante seguinte, general Carlos Prats, que a hierarquia se perdeu de vez, com o generalato desobedecendo o líder sem pudores.

Prats, um constitucionalista, chegou à conclusão de que, não tendo mais autoridade, deveria renunciar a quem o tivesse. Para Allende, sugeriu o nome de Augusto Pinochet, seu braço direito, um homem que sempre defendera obediência cega à Constituição. Tais convicções, Pinochet as reiterou perante o comandante que deixava e o presidente. Aí assumiu o cargo no qual não chegou a ficar um mês.

Nomeado em 23 de agosto, assumiu o controle do golpe que estava sendo planejado em princípios de setembro, no dia 10 despachou a família para o interior e no dia 11 deu ordens de ataque. O Palácio Presidencial foi bombardeado por ordens de Augusto Pinochet – teria sido bombardeado desde cedo, não fosse a intervenção de outros golpistas que esperaram pela saída de mulheres e crianças. Lá dentro, o presidente eleito Salvador Allende ficou até o fim, quando suicidou-se.

Durante todo o levante do Exército, Pinochet sempre esteve em cima do muro, ao lado do comandante em chefe da Arma, sem se pronunciar politicamente. Assumiu um cargo de confiança num momento delicado concedido pelo Presidente da República sem nunca sugerir que não era digno de confiança. Jamais se manifestou politicamente…”


SE DESEJAR ler a íntegra do artigo de Pedro Dória, pode fazê-lo acessando a página do “No Mínimo” na internet, no endereço http://weblog.nominimo.com.br/?1362.

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