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ARTIGO. Julgamento político de Lula é revelado em mantra bolsonarista, escreve Luciano do Monte Ribas

Lula está preso e Moro é ministro, seu babaca!

Por LUCIANO DO MONTE RIBAS (*)

Antes de ir adiante na leitura deste texto, saiba que ele faz referência ao “núcleo duro” do bolsonarismo, constituído por um misto de milicianos, fanáticos religiosos, fãs de torturadores, preconceituosos de diversas origens, lunáticos olavistas, ultraliberais semi-escravocratas e espertalhões de todos os tipos. Caso você não se enquadre em nenhuma dessas adjetivações, mesmo tendo a sua parcela de culpa você não faz parte dessa demência em estado bruto. Dito isso, vamos ao que interessa.

É sabido que o bolsonarismo “de raiz” não se destaca pela capacidade intelectual. Isso fica evidente nos “argumentos” que essa camada mais raivosa costuma utilizar em qualquer “debate”. Em 99% das vezes estão presentes chavões envolvendo Cuba, Venezuela, BNDES, “ideologia de gênero”, “ensinar sexo às crianças” e “quebrou o Brasil”, quase sempre ao lado de xingamentos infantis como “dilmanta” e “lularápio”. Dê uma lida nos comentários feitos em postagens de qualquer jornal e constate você mesmo.

Claro, do outro lado também há pessoas com perfis semelhantes, embora estas pessoas não sejam responsáveis pela direção política dos grupos de oposição ao néscio. Já no bolsonarismo, a ignorância feliz comanda o circo.

Indo adiante, frente a tanto despreparo não deve causar surpresa a ninguém que a nova vedete da argumentação protofascista seja o slogan “Lula está preso e Moro é ministro, seu babaca!”. Afinal, dificilmente os bolsonaristas perceberiam que a frase em si é a síntese perfeita da argumentação de quem denuncia o julgamento político – sem provas e sem um mínimo de isenção – ao qual Lula foi submetido.

Como as reportagens do The Intercept Brasil demonstram de forma dramática, a atuação de Sérgio Moro como orientador da acusação e dublê de juiz tirou Lula da corrida presidencial e pavimentou o caminho para que Bolsonaro fosse eleito. Algo que torna impossível não entender a nomeação do Torquemada parananense (provavelmente com uma vaga no STF engatilhada) como um tipo de “pagamento” por serviços prestados.

Nessa linha, as informações reveladas pelo jornal de Glenn Greenwald mostam que o “herói” midiático sempre foi um político e que, nessa condição, abusou de suas funções para interferir nos destinos eleitorais do país. Já não são apenas convicções, há cada vez mais fatos para ampará-las.

Enquanto isso, com Lula ainda preso e Moro sobrevivendo como ministro, os democratas desse país assistem embasbacados um governo (cujo Gabinete de Segurança Institucional não consegue detectar 39 kg de cocaína sendo embarcados numa aeronave militar) atuando em todas as frentes para destruir a imagem e o patrimônio do país.

Que São Thomas Morus rogue por nós…

(*) Luciano do Monte Ribas é designer gráfico, graduado em Desenho Industrial / Programação Visual e mestre em Artes Visuais, ambos pela UFSM. É um dos coordenadores do Santa Maria Vídeo e Cinema e já exerceu diversas funções, tanto na iniciativa privada quanto na gestão pública.

Para segui-lo nas redes sociais: facebook.com/domonteribas – instagram.com/monteribas

SOBRE A IMAGEM: A foto (também de Luciano do Monte Ribas) é detalhe da escultura “O Idealista”, na rótula da Av. Osvaldo Cruz, em Santa Maria.

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