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Agonia e morte de um cavalo. O que há por trás? O que fazer? – por Carlos Costabeber

carlinhosNa última terça-feira o Diario de Santa Maria trouxe uma matéria sobre um cavalo que estava agonizando no Bairro São José (veja, lá embaixo, o link para o texto original).

Para minha surpresa, na 5a. feira um amigo ligou do local, informando que o animal continuava em estado lastimável, com a perna quebrada, e agonizando.

Indignado, acionei o pessoal da RBS e o amigo Rogério no Gabinete do Prefeito, que já estava a par do caso, e tratou de agir rapidamente.

Em pouco tempo acabava a angústia, com o sacrifício do animal.

Nesse interim, a população do local, em desespero, sofria junto com o cavalo.

E o pior: além de não saber a quem recorrer, todos sabiam quem era o “dono” do cavalo, e onde mora. Mas, com receio de denunciar o “agressor”, e sem ajuda dos órgãos competentes, a população tentava amenizar o sofrimento do mesmo.

Relatei esse caso na Rádio Imembui, e voltei à carga no sábado de manhã, no programa do Isaias Romero na Rádio Santamariense.

Após ter falado, uma senhora lá do Bairro ligou para a rádio, afirmando que tudo aquilo era verdadeiro, e deu o seu depoimento sobre o sofrimento do animal e da população do local.

Mais um crime ambiental que ficará impune !

Como começou o drama !

Soube pelos vizinhos que ainda no domingo (dia 13) a carroça vinha desde a Água Boa carregada com melancias. E que, em razão do peso, da distância e principalmente da sede, o cavalo sofreu o acidente, quebrou a perna, já que estava totalmente desidratado e faminto.

DESDE DOMINGO ! Até 5a. feira !!!!!

Restrição à chipagem !

Soube pelo pessoal do Hospital Veterinário, que os proprietários de cavalos se opõem à chipagem desses animais (como manda a lei municipal), justamente para não serem identificados em caso de acidentes com os mesmos.

Esse procedimento, se adotado e fiscalizado, ajudará em muito na redução desses crimes.

O exemplo de Porto Alegre !

A cidade de Porto Alegre já saiu na frente, criando uma lei que objetiva eliminar gradativamente a circulação de carroças na Capital Gaúcha. E com isso, está recebendo a parceria do BNDES, que assumirá metade do investimento pública a ser feito.

Acesse http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/12/porto-alegre-oficializa-parceria-para-reduzir-numero-de-carrocas-nas-ruas.html

Já levei ao Prefeito esse assunto, para que Santa Maria siga o mesmo exemplo, o mais rapidamente possivel.

Santa Maria já tem uma lei de proteção aos animais !

Numa contribuição importante, o vereador Maneco, quando presidente da Câmara de Vereadores, conseguiu que aquela Casa aprovasse uma lei municipal, para proteger os direitos dos animais – principalmente, cavalos e cachorros.

Mas até agora……………………………. !

A falta de coleta seletiva está por trás do sofrimento de catadores e animais ! 

Santa Maria carece de uma estrutura adequada para a coleta seletiva do lixo reciclável. Como está hoje, a quase totalidade do lixo residencial não privilegia a separação entre o que é orgânico e o que pode ser reciclado.

Um desperdício de dinheiro, e razão da existência dos catadores.

São centenas deles, que continuam fazendo “esse serviço sujo”, num trabalho miserável, humilhante, desumano, insalubre. E que se reflete no uso de cavalos velhos, que sofrem maus tratos, são doentes, e passam muita fome e sede.

Centros de compra de lixo reciclável, mais próximos dos locais de coleta !

Também já conversei com o Prefeito e com uma empresa que compra lixo reciclável (Multiplaspel), sobre a possibilidade de se construir depósitos mais próximos da cidade. Com isso, se evitaria o grande deslocamento a que são submetidos os catadores e seus cavalos, até as vilas onde moram.

Além disso, se eliminaria a figura dos atravessadores, que compram por preços aviltantes o material oferecidos pelos catadores.

Uma ação que precisa ser viabilizada !

Hospital Veterinário entrou na luta !

Solicitei ao Prof. Segala, Diretor do HVSM, e hoje já existe um trabalho qualificado junto aos cavalos da Vila Maringá. Os primeiros atendimentos deixaram assustados os veterinários, tal foi o estado em que se encontram(vam) aqueles animais.

Mas é só um paliativo, pois o desafio é imenso. Faltam recursos para a compra de medicamentos, vacinas e mesmo, alimentação adequada.

Uma luta quase inglória !

Tanques de água para cavalos !

Outra iniciativa que tive, foi a de promover a disponibilidade de água, ao longo do trajeto dos carroceiros. Apesar do esforço e da boa vontade de algumas pessoas, somente meia dúzias de amigos se propuseram a instalar tanques com água corrente.

Outra luta inglória !

Algo precisa ser feito !

Após esse breve relato, posso garantir que SÃO INSUFICIENTES as ações públicas e privadas na defesa dos direitos dos animais em Santa Maria. Temos uma legislação moderna, mas que não sai do papel.

Precisamos de um TELEFONE que possa ser acionado nesses casos.

E. como citei acima, “o furo é mais embaixo”, pois por trás dos animais, estão pessoas em situação de miséria, e que dependem do lixo para sobreviver.

A sociedade santa-mariense tem de descruzar os braços, e sair na busca de alternativas para esse verdadeiro DRAMA URBANO.

Somos uma cidade cosmopolita, mas que ainda está longe de resolver problemas dessa grandeza.

Peço, imploro, para que os administradores públicos façam a sua parte !

E espero que a IMPRENSA use sua força de persuasão a favor dessa causa, assim como de organizações, igrejas, entidades de classe importantes da cidade, como Apusm, Cacism, UAC, Movimento Tradicionalista, Ajesm, CDL, Sindicatos, e tantas outras.

Unidos, daremos um fim a essa situação vergonhosa!

 

CONFIRA AQUI, A NOTA“Comunidade se comove e tenta ajudar cavalo”, publicada na coluna “Página Dois”, no Diário de Santa Maria em 15 de janeiro, editada por Deni Zolin.

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Um Comentário

  1. Ao Professor: palmas, muitas palmas! Sua indignação também é minha! Porém, precisamos de ‘vozes’ que se façam ouvir! E, uma dica, aos ‘vinte e um’ senhores e senhoras vereadores, eis aí um bom tema: acabar com carroças em Santa Maria.

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