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ARTIGO. Michael Almeida Di Giacomo e a (bem mais que) escaramuça entre norte-americanos e iraquianos

Os Senhores da Guerra

Por MICHAEL ALMEIDA DI GIACOMO (*)

O ano inicia com a população mundial em alerta. Será que teremos uma outra grande guerra? A terceira guerra mundial ? Espero e desejo muito que não. É difícil viver em um mundo com tantas desigualdades sociais e humanas, em períodos de guerra então…

Basicamente, os motivos a resultar no confronto bélico entre países têm origem em questões geopolíticas, culturais, comerciais ou religiosas. O pano de fundo, na grande parte das vezes, é derrubar um regime totalitário e implantar um regime de liberdades políticas e civis. Isso, claro, no período contemporâneo.

Nesse aspecto, os Estados Unidos da América se colocam como os verdadeiros “pais” da ordem democrática. E, quando não conseguem pela força bélica, lançam mão de instrumentos como embargos econômicos e retaliações de ordem internacional. É o “xerife” do mundo.

O fato é que, para um leigo em relações internacionais, torna-se um exercício complicado entender qual a verdadeira razão de tudo que está acontecendo entre Irã e Estados Unidos.

Isso se dá pois esses dois países, que já mantiveram fortes relações diplomáticas, a exemplo de outros ex-aliados dos norte-americanos, não encontram um caminho de convivência e de respeitabilidade mútua.

No atual cenário, a morte do general irariano Qassem Soleimani, chefe da guarda revolucionária, conforme o presidente norte-americano afirmou, serviu justamente para evitar o início de uma guerra.  Difícil aceitar tal argumento. É quase um: “Se você quer paz, prepare-se para a guerra”.

No entanto, o regime dos aitolás também tem seu quinhão de reponsabilidade na tensão existente nessa relação conflituosa. Muitas milícias e grupos terroristas ligados a regimes totalitários no Oriente Médio têm apoio ou incentivo do regime. Infelizmente, esse é um jogo de soma zero. E o pior, coloca-se em risco a paz mundial, mais uma vez.

Deus nos deu o dom da palavra justamente para que possamos, por meio do diálogo, buscar compreender e respeitar o papel de cada qual nesse mundo. Porém, a irracionalidade humana fala mais alto.  O resultado é que a cada novo conflito os dirigentes das nações não conseguem ter como lição que a via diplomática deve ser o caminho para o entendimento.

A paz mundial, tão perseguida por quem acredita que as relações humanas podem e devem ser melhores, não pode ser restringida a mero objeto de discurso de líderes mundiais nos grandes fóruns internacionais.

Precisamos de paz para viver. Simples assim, mas nem tanto.

(*) Michael Almeida Di Giacomo é advogado, especialista em Direito Constitucional e Mestrando em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público. O autor também está no twitter: @giacomo15.

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: A foto (reproduzida deste LINQUE) é de Guernica. O quadro de Pablo Picasso é uma das mais famosas pinturas do artista espanhol e uma das mais conhecidas do cubismo. Esta obra de arte revela os efeitos da guerra em uma população.  O artista espanhol se inspirou no bombardeamento da cidade Guernica no dia 26 de abril de 1937. Neste dia, aviões alemães da Legião Condor destruíram quase completamente a cidade espanhola. (Revisão por Rebeca Fuks, Doutora em Estudos da Cultura)

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3 Comentários

  1. Não é só isto. Tenta controlar o Yemen, cercando a Arabia Saudita também. Pais que prometeu fazer investimentos no Brasil.
    Trump é isolacionista. Vai acabar tirando as tropas de lá. Só que os americanos irão sair, não serão enxotados. O ataque com foguetes que matou um americano, a invasão da embaixada tiveram resposta.
    Vingança? Vai levar tempo. Será quando menos esperarem num lugar inesperado. Agora, com todos em estado de alerta é mais difícil.
    Vermelhinhos e rede Trouxa podem achar o que quiserem. Não tem importância.
    Diplomacia brasileira? Na base do ‘sempre foi assim’. Pergunta: e o resultado?
    Segurança nacional corre perigo? Não. Ninguém ataca por mimimi. Ataques na Argentina visando alvos judeus tinha como causa o rompimento de um tratado de transferência de tecnologia nuclear (hermanos não tem só trigo e carne). Existem interesses chineses por aqui, também é um guarda-chuva. Alás, todos acham que é a bomba, mas na verdade a sorte da Coréia do Sul é a vizinhança.

  2. Absurdos da mídia. Iran é apoiado pela China e Russia. Se provocasse o caos na economia mundial (atacando Arabia, fechando o golfo) atingiria os aliados e arrumaria mais adversários. Também não é uma potencia mundial, tem o PIB igual ao de São Paulo com o dobro da população.
    Imbecilidades a parte (complexo militar industrial, algo da década de 50; petróleo; demais explicações ilusórias e simplistas) o tratado de Obama era no mínimo capenga. Previa numero reduzido de centrifugas de enriquecimento por 10 anos. Previa estoque reduzido de uranio por 15 anos. Depois era o vácuo. Uma das instalações poderia produzir ‘quantidades reduzidas’ de plutônio. E o resto?
    Iran já controla o Iraque (60% são xiitas). Controla o Hezbollah no Libano. Apoia o Hamas palestino. Na Siria é aliado do governo (que segue uma corrente xiita), ou seja, já tem bases por lá. Ou seja, a Força Jerusalém anda cercando Israel. Coincidência?

  3. Portento é o que se ouve e le por aí.
    General estava na lista pelo menos desde 2006. Forneceu armas para os insurgentes do Iraque, inclusive as que tornavam inefetivas as blindagens dos veículos. Provocou uma carnificina nas tropas britânicas em Basra. Tentou passear no Iraque, quase foi pego pelos americanos. Como represália ordenou a invasão de uma base americana, resultando no rapto de 8 americanos que foram torturados e executados. Era comandante da Força Quds, traduzindo do persa Força Jerusalém. Não é um cara ‘do mal’, do ponto de vista iraniano é uma espécie de Che Guevara.

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