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A DATA. Pandemia leva profissionais da saúde a, no dia delas, conviver apenas virtualmente com as mães

Por MILENA DIAS (com fotos de arquivo pessoal), Especial para o Site (*)

Helena é enfermeira e não teve condições de passar a data com a sua mãe Vera

Muitas pessoas passaram o Dia das Mães de uma forma diferente neste ano, principalmente os profissionais de saúde. Precisaram ficar em isolamento para não correr o risco de infectar as pessoas da família com o novo coronavírus. Por conta disso, enfermeiras, médicas e técnicas de enfermagem tiveram que dar o abraço em suas mães e filhos de forma virtual.

A enfermeira Helena Moro Stochero trabalha na unidade psiquiátrica do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) e está há dois meses sem visitar os pais, que moram em Faxinal do Soturno. E como os casos da doença estão aumentando, ela está adiando o encontro para protegê-los.

No Dia das Mães, Helena estava de plantão, mas tirou um tempinho para conversar com a mãe. A chamada de vídeo foi a forma encontrada por ela de se fazer presente nesse dia tão especial. “O abraço precisou ser virtual, isso nos traz um misto de sentimentos, mesmo assim, saí fortalecida após esse contato. Estou ansiosa e na torcida pra que tudo isso passe logo, e eu possa entregá-lo pessoalmente”, relata.

Mesmo passando por tudo isso, a enfermeira afirma que é preciso que todos vejam o lado bom das coisas. “Parece estranho destacar a parte positiva que essa “desaceleração” do mundo nos trouxe, mas defendo a teoria que, ao enfrentarmos períodos de crise, podemos também evoluir e aprender algo. Todo dia eu aprendo!”.

Ana Lul é médica e não conseguiu passar o dia com a  filha Juliana, em Santa Maria

Ana Lul trabalha como Clínica Médica e Emergencista no Hospital Municipal de São Pedro do Sul. Ela mora com a sua filha em Santa Maria, mas por conta da pandemia precisou manter distanciamento dos seus familiares. A sua filha foi morar na sua cidade natal, São Borja, e Ana continuou morando na residência de Santa Maria.

A médica esclarece que está sendo muito assustador para todos os profissionais de saúde enfrentar a situação na linha de frente. “Não temos opção de dizer não. A informação que a população recebe é a mesma que temos, o que me conforta é que o hospital tem seguido todos os protocolos recomendados pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde no combate ao Coronavírus, expõe.

Segundo a profissional, passar o dia das mães sem a mãe e a filha foi uma das partes mais difíceis. “Passei o dia sem elas, as vezes sinto que estou perdendo alguns momentos, pois cada dia que falo com minha mãe e minha filha parece séculos que não nos vemos. Elas me apoiam e me entendem, minha maior preocupação é que tudo esteja bem com elas”, exprime Ana.

A sensação de estar longe da família é horrível, conta a profissional. Ela passou vários dias em casa refletindo e pedindo forças a Deus, mas sabia que o seu propósito era maior. “Estava passando por isso porque fui enviada para isso. Nosso distanciamento foi necessário, minha maior preocupação foi protegê-los de qualquer contaminação”, relata.

Mesmo diante de todas essas dificuldades, Ana segue pensando positivo e envia um recado para seus colegas da área da saúde. “Lembre-se sempre de se cuidar, e quando digo se cuidar, não falo apenas em proteger-se do vírus e sim tentar manter o seu equilíbrio, mesmo distantes podemos seguir juntos. Peço a Deus que nossa coragem seja maior que nosso medo e que nossa força seja tão grande quanto nossa fé”.

(*) Milena Dias é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site

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