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Um ano histórico – Por Giuseppe Riesgo

Uma avaliação política de 2020, e também o que se pode esperar de 2021

A virada do ano sempre remete à renovação e esperança de uma vida melhor para a nossa gente. Obviamente que, ao final de 2019, não imaginávamos que teríamos um 2020 tão desafiador. O ano começara com expectativas na retomada da economia nacional e da geração de emprego e renda. No âmbito estadual, enfrentávamos firmemente ao lado do (ingrato) Governo Eduardo Leite as reformas administrativas e previdenciárias das carreiras do funcionalismo gaúcho. O 2020 apresentava-se promissor no enfrentamento das despesas públicas e dos velhos gargalos que, historicamente, corroem as contas públicas do Rio Grande do Sul.

Só que parou por aí. A chegada da pandemia atrasou tudo. O governo federal e boa parte dos estados e municípios tiveram que suar para dar conta de um problema sanitário que atacava o mundo inteiro. Escancaramos as deficiências do nosso sistema federativo e a sua incapacidade institucional de lidar com um problema dessa magnitude. O resultado? Autoritarismos diversos, má gestão no combate ao coronavírus, indiferença com a crise nas elites do funcionalismo público e péssima condução dos sistemas públicos de saúde e educação, por exemplo. Os gestores públicos, mais uma vez, demonstraram a incapacidade gerencial do Estado na resolução dos problemas da nossa gente. A pandemia revelou um país rachado e uma solução controversa para encarar um problema tão complexo: o “fique em casa” virou solução para tudo.

Por fim, para completar, ao final do ano, o Governo Eduardo Leite mostrou sua verdadeira face ardil e dissimulada. O Piratini – que já vinha descumprindo diversas promessas -, enviou à Assembleia Legislativa, em meio à quebradeira oriunda da pandemia, um pacote de aumento de impostos disfarçado de reforma tributária estadual.

A Bancada do NOVO denunciou o tarifaço e convidou a sociedade gaúcha a se insurgir. O Governo, após idas e vindas sob diversas propostas, ajoelhou-se ao petismo e a sua demagogia para aprovar o aumento de impostos e evitar maiores ajustes nas despesas públicas e nos privilégios ainda presentes no setor público estadual. Um ato covarde do Governo Eduardo Leite e contumaz nas alianças realizadas pelos petistas.   

Assim, o 2020 que se apresentava promissor acabou mais caro para a população gaúcha. Em 2021 empreender continuará mais difícil por aqui. A volta da competitividade continuará comprometida e a geração de empregos, tão fundamental para a saída da crise, continuará deprimida a depender do atual governo gaúcho. O 2020 acaba trazendo ainda mais certeza de que não será o Estado a solucionar os problemas da população. Em meio às conturbações sanitárias do coronavírus e as dificuldades que diversos empreendedores e trabalhadores ainda vivem, teremos que conviver com um governo estadual estatizante que de tão “moderno e inovador” ainda não conseguiu pensar em nada diferente do que aumentar impostos para sair da crise.

O 2021 apresenta-se mais desafiador. Ainda teremos os problemas da pandemia do coronavírus e uma nova tentativa, ao final de 2021, de manter os impostos majorados no RS. Fica a convicção que a luta entre povo e Estado seguirá nos próximos anos. Que a tentativa de salvar nossa sociedade da condenação – como bem nos lembra a filósofa russa Ayn Rand -, passa pela percepção sobre aqueles que nada produzem e pela necessidade de premiarmos a honestidade em insurgência a nossa servidão aos governos e seus governantes. E eu sei, perfeitamente, de que lado estarei na batalha. Um feliz, bravo e quiçá mais livre ano novo para todos nós.  

(*) Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.

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3 Comentários

  1. Geração de empregos formais não vai melhorar enquanto não reformarem totalmente a CLT. Pessoal mais idealista, com a cabeça ainda na década de 30, quer manter as relações de trabalho num formato que a economia já não comporta. Simples assim.
    Volta o problema do politico profissional, que vive num mundo de faz de conta desprendido da realidade, sem sofrer consequência nenhuma. ‘Experiência’ burocrática que traz na garupa um processo de decisão falho.
    Função do Estado não é ‘criar empregos’. Isto é função da iniciativa privada. Estado tem mais é que não atrapalhar. Incentivos tem que ser muito bem estudados e economicamente viáveis. Não adianta criar sorveteria subsidiada no meio do Saara, ninguém vai aparecer para comprar sorvete. Exemplo mais próximo é a Ceitec, tentativa do governo Molusquista de ‘recuperar atraso’ de 30 anos no setor de microeletrônica. Obvio que era asneira. Coisa de servidor publico lobista vendendo terreno no céu.

  2. Problema federativo obviamente é mais complexo e vem de longa data. São Paulo é importante economicamente (apesar de estar perdendo espaço para o centro-oeste) e politicamente. Região Norte é subpovoada, subdesenvolvida e sempre existe a questão do perigo de se perder território. Região nordeste tem muitas desigualdades, desenvolvimento é desigual geograficamente e o coronelismo é endêmico. Rio de Janeiro é um estado falido (governo ineficaz, falta de controle sobre o território, criminalidade, corrupção, crime organizado que é praticamente uma narcoguerrilha urbana). No sul Paraná e Santa Catarina estão relativamente bem. Rio Grande do Sul está em franca decadência e o pessoal é gabola ‘para não prejudicar a auto-estima’.
    Resumo da opera: Brasil tem problemas estruturais e institucionais graves. Estamento politico é de uma incompetência de doer (corrupção não é o principal problema) e só pensa em resolver as próprias questões. Além disto não sofre as consequências das próprias decisões. Prognostico é simples, problemas deixados por conta resolvem-se de uma maneira ou outra, o que geralmente não é bom para os andares de baixo.

  3. Leite, o impostor, esta sob a asa de Efeagá. Este último é social democrata ao estilo europeu, ou seja, esquerda. Fez privatizações no seu período de governo (na base do que ‘a casa tem para oferecer’). Recebeu o epíteto de ‘neoliberal’ do pessoal mais à ‘sinistra’.

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