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ESTADO. Repúdio ao Pacote de Sartori reúne milhares de servidores públicos em protesto que agita a capital

Servidores seguiram pela Borges até a Praça da Matriz, para se juntar com outras categorias que ocupam o local desde o início do mês
Servidores seguiram pela Borges até a Praça da Matriz, para se juntar com outras categorias que ocupam o local desde o início do mês

O que não se via há muito tempo, percebeu-se em Porto Alegre nesta terça-feira: milhares de servidores públicos de todas as áreas se uniram no protesto que mexeu com a capital. Todos unidos contra o pacote que a Assembleia Legislativa deve votar na próxima semana e que, entre outras medidas, muda o pagamento do 13º salário, extingue fundações que prestam relevantes serviços à sociedade, além de privatizar empresas estatais.

Um amplo relato do que ocorreu nesta terça-feira, do ponto de vista dos protestantes (sim, a mídia tradicional trará o outro viés), pode ser conferido na reportagem originalmente publicada no jornal eletrônico SUL21. O texto é de Renanda Canofre, com fotos de Guilherme Santos. Acompanhe:

Boneco de Sartori e pacote de medidas enviadas à Assembleia Legislativa foram queimados pelos servidores em frente ao Palácio Piratini
Boneco de Sartori e pacote de medidas enviadas à Assembleia Legislativa foram queimados pelos servidores em frente ao Palácio Piratini

Ato unificado contra o governo Sartori reúne milhares de servidores pedindo não ao pacotaço

Enquanto o Senado Federal aprovava a PEC do teto de gastos públicos (PEC 55), sem constrangimentos, por 53 votos a 16, no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, servidores estaduais ligados às fundações ameaçadas de extinção pelo pacote do governo José Ivo Sartori (PMDB), professores da rede estadual e outros funcionários públicos se uniam em protesto contra as medidas de austeridade no Rio Grande do Sul.

O pacote apresentado pelo governo do Estado para conter a crise prevê a demissão de 1.200 funcionários públicos, extinção de nove fundações, fim do plebiscito para aprovação de privatizações de estatais importantes como a CEEE, a Sulgás e a CRM, parcelamento do 13º por mais de dois anos, entre outras medidas que afetam diretamente aos servidores.

Em cima do carro de som, um servidor da Procuradoria Geral do Estado dizia: “O pacote vai diminuir 0,21%, isso não resolve nada. A crise do Estado é de receita, não de despesa. O governo não quer discutir isenções fiscais porque são elas que pagam campanha do governador”.

Dezenas de sindicatos estavam representados no ato unificado. Bandeiras, cartazes e camisetas defendiam as causas de cada um.

Um servidor caminhava com a camiseta da Fundação Zoobotânica e os dizeres: “A FZB não tem preço. Tem valor”. Outro servidor, com a camiseta amarela do Cpers – Sindicato dos professores estaduais – levava a frase: “Na luta pelo piso com diálogo e união”.

“Estamos com os servidores no ato, contra este pacote, mas também reafirmando que o Estado não pode ficar apartado dos poderes. [A movimentação] é um recado também para a Assembleia Legislativa que proíbe servidores de entrar na Casa onde estão os nossos interesses. Hoje é um ato para afirmar de quem é o Estado do Rio Grande do Sul, e ele é do povo”, afirmou ao Sul21 a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer.

Cartazes colocados em frente à Assembleia também lembravam a questão simbólica de ela ter suas portas fechadas na data em que o Ato Institucional-5, o mais duro da época da ditadura militar, completa 48 anos.

Marcha até Praça foi conduzida por boneco de Sartori

Perto das 14h30, os servidores saíram em marcha pela Avenida Borges de Medeiros. No caminho, tiveram apoio da população que passava pelo centro da cidade, filmando o ato e se somando aos gritos de “Fora, Sartori” dos servidores. Um boneco representando o governador José Ivo Sartori, com o rosto de uma caveira, mas o bigode e óculos característicos do peemedebista, puxava a marcha.

Uma caixa embalada de vermelho, com os dizeres “Presente do gringo”, também foi carregada até em frente ao Palácio Piratini simbolizando o pacote que o Executivo tenta aprovar na Assembleia Legislativa nos próximos dias.

Algumas faixas na marcha ainda sustentavam o “Não a PEC 55”, lembrando da ameaça a direitos, educação e saúde que ela representa ao congelar gastos pelos próximos 20 anos.

“A gente precisa impedir esse pacote de ser aprovado, quanto mais pessoas nessa hora, melhor. Temos que mostrar que também temos voz aqui e só um movimento assim pode impedir os deputados de aprovarem essa PEC”, declarou a bióloga e pesquisadora da Fepagro, Giovana Dantas.

Há dois anos na Fepagro, Giovana é contra a proposta ventilada pelo PDT, de que ao invés de extinguir algumas das fundações, elas fossem unidas. A junção da Fepagro com a FZB chegou a ser citada como exemplo pelo presidente estadual do partido, deputado federal Pompeo de Mattos. O partido ainda não fechou posição quanto ao pacote de Sartori e pode ser decisivo na votação, mesmo que permaneça na base do governo.

“É péssimo também, não funcionaria porque são fundações completamente diferentes. Nós queremos que todas permaneçam. Essa medida é apenas para burlar a ideia de colocar fim a todas”, analisa a pesquisadora.

Na chegada da marcha em frente ao Palácio Piratini, houve vaias voltadas ao governador. Os servidores tentaram perguntar a seguranças em frente ao local se Sartori estaria no prédio, eles negaram informação…”

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