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ELEIÇÕES 2022. Nome de Gabriel Souza vira um fato consumado no MDB, apesar da crítica dos históricos

Partido parte para as negociações visando “enterrar” as pretensões dissidentes

Gabriel Souza (com o ex-governador Sartori), escolhido pelo MDB para concorrer ao Palácio Piratini (Foto Ivo Gonçalves/Divulgação)

Reproduzido do Correio do Povo / Texto de Flavia Bemfica – com análise claudemiriana (*)

O presidente estadual do MDB, Fábio Branco, e o agora pré-candidato do partido ao governo do Estado, o deputado estadual Gabriel Souza, não querem perder tempo. Ainda no domingo, após a votação do diretório na sede partidária na qual Gabriel teve o nome oficializado para a corrida ao Piratini, os dois intensificaram os contatos com lideranças de outras siglas para encaminhar conversas sobre alianças. 

Em coletiva após o ato que sucedeu a votação, tanto Branco quanto Gabriel admitiram apenas que os telefonemas começariam de imediato, e que são buscadas siglas que tenham convergência com o MDB. De público, o pré-candidato diz que as negociações estão começando e caberão principalmente ao comando da legenda, na pessoa do presidente. “Não tem interferência e não tem conversa prévia com ninguém. O MDB escolheu seu candidato”, arrematou Branco.

Internamente, para além da já conhecida aproximação de Gabriel e da bancada estadual do partido com o governador Eduardo Leite (PSDB), há emissários emedebistas em contato com União Brasil, PSD e Podemos. A pressa em conquistar aliados ocorre em função do calendário eleitoral e da necessidade de formar uma chapa robusta, mas, também, admitem em reservado negociadores emedebistas, para “enterrar de vez” as pretensões do grupo de lideranças que segue negando apoio ao nome de Gabriel e levantando questionamentos sobre o processo de escolha do pré-candidato. 

No ato, no domingo, o deputado fez um discurso durante o qual se emocionou em diferentes momentos, mostrou humildade e assinalou a busca de convergência como uma de suas características. Mas, sempre que possível, destacou que o debate a respeito da indicação era político, e que terminou no fim de semana com a escolha feita pelo diretório.

Durante o evento, contou com um reforço de peso. O ex-governador José Ivo Sartori, que já havia gravado um vídeo na semana passada. Acompanhado do ex-vice-governador José Paulo Cairoli, Sartori citou o ex-senador Pedro Simon para pedir união em torno do deputado na nova corrida ao Piratini. “Erros todos nós cometemos ao longo do tempo, e, as vezes, cometemos atitudes equivocadas. O grande líder de todos nós continua sendo o senador Pedro Simon. Ele é o símbolo de uma trajetória e de uma caminhada que nos indica que não podemos ter dispersão. Se queremos construir esperança temos que estar unidos”, afirmou. Simon faz parte do grupo de lideranças que encaminhou à executiva uma moção solicitando que a escolha do pré-candidato fosse feita por um colégio mais amplo que o do diretório, e ficasse para o mês de abril. A moção foi colocada em votação no domingo, e derrotada por 56 votos a três. O ex-senador não compareceu ao ato.

Quanto a Sartori, ainda protagonizou um momento de descontração elogioso à Gabriel. Após dizer que o pré-candidato havia sido secretário em sua gestão, e se corrigir (o deputado foi líder do governo na Assembleia), o ex-governador emendou: “Não tinha um secretário que não se queixava, porque ele mandava mais.” 

Insistência de secretário aumenta desconfianças

No grupo de lideranças alinhadas com o pré-candidato do MDB ao governo, deputado Gabriel Souza, e também dentro do comando partidário, só crescem as desconfianças a respeito dos objetivos da ala que segue questionando a escolha feita pelo diretório e que, aberta ou internamente, defende o pleito do secretário de Planejamento de Porto Alegre, Cezar Schirmer. Na sexta-feira, após o prazo limite para inscrição de nomes para a escolha no diretório, e sem ter se inscrito, Schirmer divulgou carta na qual promete disputar a indicação partidária para a corrida ao governo na convenção da legenda. As convenções partidárias ocorrerão entre 20 de julho e 5 de agosto.

As movimentações aumentaram as dúvidas sobre se parte das lideranças trabalha por uma coalizão com a pré-candidatura do ministro Onyx Lorenzoni (PL) ao governo do Estado, e um alinhamento, no pleito nacional, à tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Esta insistência em refutar o nome do Gabriel e o processo de escolha do partido tem pata de elefante, orelha de elefante, tromba de elefante, mas o pessoal nega, diz que não é elefante, que trabalha por candidatura própria”, ironiza um deputado emedebista…”

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(*) Análise Claudemiriana: Não se tira a importância dos chamados históricos do MDB. Afinal, eles não ostentam esse título por acaso. Representaram, ao longo do tempo, sobretudo nos chamados anos de chumbo, a resistência. São nomes importantes como Pedro Simon, Cezar Schirmer, José Fogaça e Luiz Roberto Ponte, para citar alguns dos integrantes mais antigos.

Mas, nesse episódio específico, pode até não ser verdade, mas o chamado grupo histórico passa, ao menos a quem é observador externo, pelo menos duas impressões. A primeira é que não se deram conta de que passou o tempo em que determinavam e outros cumpriam. Um conjunto de líderes emergentes não aceita mais essa tutela. O resultado é Gabriel Souza. Mas poderia ser outro.

E a segunda é que dão toda a ideia de que não querem que o partido tenha candidato a governador (usaram até o nome de José Ivo Sartori como único elemento de união e que, afinal, caiu fora e chancelou a postulação aprovada pelo Diretório) e buscam mesmo é uma aliança pela direita, com um dos candidados bolsonaristas. Inclusive contrariando a própria história partidária. Bueno. Parece que o Partido entendeu diferente.

O que fará agora o grupo? Palpite: formará uma dissidência e fará barulho (porque são pessoas, sim, representativas). Alguns poderão até sair do partido. Têm tempo, até sábado, se quiserem concorrer por outra sigla.

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