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Como amenizar as perdas da maior tragédia ambiental do RS – Por Roberto Fantinel

“Cada pessoa que senta na tua frente perdeu parte da sua história”

A maior tragédia ambiental do Rio Grande do Sul me mostrou que nenhum auxílio será capaz de resgatar uma vida perdida, uma história que foi levada pela enxurrada e que, talvez, não possa ser reescrita da mesma forma. É verdadeiramente impossível compreender o tamanho da dor – se é que se pode medir -, até que você veja com os próprios olhos o rastro de destruição que ficou dentro de uma cidade inteira.

Nessas horas, mais do que nunca, a gente entende o quanto a assistência social é fundamental na estrutura de uma sociedade, independente de cor, classe social ou condição física. Todo mundo vive, ou sobrevive, o mesmo sentimento. Todo mundo, em algum momento derramou uma lágrima, precisou de um abraço, um abraço apertado… Todo mundo precisou de um respiro para ir em frente.

A responsabilidade de comandar in loco uma força-tarefa de cadastramento de milhares de famílias atingidas não é fácil, mas necessária. Cada pessoa que senta na tua frente tem uma história, ou melhor, perdeu parte da sua história. É difícil ser forte, mas é preciso.

Não é apenas uma folha que aos poucos se preenche, é uma forma emergencial de encurtar caminhos entre os tramites burocráticos e o desejo pelo recomeço. E assim fizemos e seguiremos fazendo, eu, todas as equipes da Secretaria de Assistência Social do RS e centenas de voluntários.

Aqui, um espaço dedicado a eles, gaúchos e gaúchas que deixaram o conforto das suas casas, o lazer com os seus filhos e foram à luta. Sim, é como se lutássemos todos contra um emaranhado de lama, eu nunca vi tanta lama. Mas, a eles que não mediram esforços e não escolheram posição, meu muito obrigado. A todos os profissionais da área social que se licenciaram para assumir junto conosco esta importante missão de auxiliar milhares de famílias, muito obrigado.

Criamos um novo modelo de formulário adotado para o cadastro das pessoas que se encontram impossibilitadas de retornar às suas residências, com o objetivo de atender da maneira mais ágil quem realmente necessita dos auxílios disponibilizados pelo governo do Estado.

Nesta quinta-feira, 21, creditamos o benefício do Programa Volta por Cima – Enchentes de Setembro de 2023 nos cartões de 587 famílias afetadas. O apoio financeiro, já disponível no Cartão Cidadão, é de R$ 2,5 mil para núcleos familiares que tenham ficado desabrigados e de R$ 700 para os demais atingidos – ou seja, que tiveram dano parcial na residência, mas que nela permanecem.

Repito: nunca vi nada parecido. Mas hoje, ainda que o coração aperte por todos que têm um caminho árduo a percorrer até voltar à normalidade, fico feliz em saber que estamos trabalhando em conjunto para amenizar as perdas e alavancar a reconstrução do nosso Vale do Taquari.         

(*) Roberto Fantinel é deputado estadual licenciado pelo MDB. Oriundo de Dona Francisca, onde foi vereador, é ex-presidente da Juventude do MDB/RS, integrante do Diretório Municipal do MDB/SM e ex-assessor do governo gaúcho, na gestão de José Ivo Sartori. Foi presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e é o atual secretário estadual de Assistência Social. Ele escreve no site, habitualmente, aos sábados.

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Um Comentário

  1. Kuakuakuakua! Como é engraçada a maneira que os burocratas veem o mundo! Kuakuakuakua! Delegado, bacharel em direito, reclama da papelada. Agora esta. ‘[…] comandar in loco uma força-tarefa de cadastramento de milhares de famílias atingidas não é fácil, […]’. ‘Não é apenas uma folha que aos poucos se preenche,[…]’. ‘Criamos um novo modelo de formulário adotado para o cadastro […]’. E a solução qual é? Para quem perdeu tudo? ‘ O apoio financeiro, já disponível no Cartão Cidadão, é de R$ 2,5 mil para núcleos familiares que tenham ficado desabrigados e de R$ 700 para os demais atingidos […]’.

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