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Um janeiro de (in)certezas – por Giuseppe Riesgo

“Até onde pode ir o (Poder) Judiciário? Qual o limite, se é que há…”

O Brasil em 8 de janeiro de 2023 parou em frente à televisão e às redes sociais para assistir o que, naquele momento, se convencionou em chamar de atos antidemocráticos.

Para além do que pode (ou não) ter acontecido naquela data na capital federal, o que quero abordar é que esta foi uma data-chave para um impressionante e inimaginável gigantismo do Supremo Tribunal Federal (STF). Um ativismo sem parâmetros e com uma leniência (e um adestramento) de parte dos setores representativos e de uma imprensa conivente e sem capacidade de questionamento dos fatos narrados lá e cá.

Até onde pode ir o Judiciário? Qual o limite, se é que há… Vivemos uma era de profusão de leis e normas administrativas redigidas em linguagem equívoca ou deliberadamente contraditória. Tudo dentro de um jogral que visa, no mínimo, embaçar a vista de quem ainda resiste em enxergar o cenário nebuloso de um país “dirigido” por uma Corte Suprema.

Preocupa e muito o fato de termos um Executivo Federal coadjuvante e, não raro, complacente com as arbitrariedades cometidas pelos 11 iluminados do Supremo. Deve-se lembrar que o papel do Estado é acessório, supletivo. A primazia deve ser dada à escolha dos particulares. Ou seja, nem um Estado asfixiante, muito menos um STF revestido de superpoderes. Temos tido sisitematicamente a quebra do contrato básico da vida livre no que se espera de um Estado de Direito.

Violações de direitos civis e humanos foram perpetrados pelo STF com o aval de parte da classe política mandatária. Avançaríamos se, de fato, os agentes públicos passassem a se perguntar até onde pode ir o Estado. O janeiro, por demarcar o começo do ano, deve servir de ponto de reflexão ou, até mesmo, de inflexão.

(*) Giuseppe Riesgo é ex-deputado estadual pelo partido Novo. Ele escreve no Site às quintas-feiras.

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2 Comentários

  1. STF tem todos estes problemas. Mais alguns, ministros se comportam como senadores sem voto. Querem definir quais as linhas de pensamento são permitidas na população brasileira. Barroso quer acabar com o Cavalismo. Acha-se uma dadiva dos deuses para a ‘republica’. Xandão e Geneticamente Modificado querem que o MDB e o PSDB voltem a ter o espaço que tinha antes. Mas a conclusão é simples, negocio é monitorar as decisões ‘iluminadas’ que podem sair do Tribunal que podem impactar a vida diaria da população (bolso principalmente, sem o nero). O resto se resolve sozinho eventualmente. Alas, todo este papo é perda de tempo, muda nada. Debater assuntos muito distantes, muito abstratos e sob os quais não se tem controle ou influencia é discutir as fases da lua. Puro auto-engano.

  2. ‘O Brasil em 8 de janeiro de 2023 parou em frente à televisão e às redes sociais […]’. O ‘Brasil’ é muita gente. Maioria só foi dar por conta do acontecido depois. Era domingo em janeiro, recessos mil. O vandalismo evidente virou segundo narrativas ‘tentativa de golpe’ ou ‘terrorismo’. Hoje é só mais uma cortina de fumaça. Grande maioria não dá mais bola para o assunto. E só sair na rua e perguntar. Diferente da idéia que o establishment e a midia tradicional tentam passar, como sempre fingem uma ‘maioria’.

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