A crise do transporte coletivo em Santa Maria: o que falta para inovar? – por Marionaldo Ferreira
“Chegou a hora de deixar de copiar mal e começar a criar soluções próprias”

O transporte coletivo nas cidades brasileiras vive uma crise há décadas, e Santa Maria não é exceção. O que vemos diariamente são ônibus lotados, atrasos, frota envelhecida e, o mais grave, a falta de um plano real de transformação que atenda às necessidades de quem depende do transporte para trabalhar, estudar ou acessar serviços básicos.
Em Santa Maria, a Prefeitura parece seguir um caminho pouco criativo: busca modelos prontos em outras cidades, realidades completamente diferentes da nossa. Não se pode importar soluções sem considerar as características locais – nosso território, nossa economia, nossos fluxos urbanos e a real necessidade da população. É como tentar consertar um motor de fusca usando o manual de um avião: não funciona.
Além disso, há um ponto que costuma ser pouco debatido no calor dos conflitos: o papel dos trabalhadores do transporte coletivo. É preciso lembrar que motoristas e cobradores são empregados das empresas que exploram um serviço concedido pelo poder público. Quando há paralisações ou greves, o impacto recai justamente sobre aqueles que, como eles, também são trabalhadores – gente que depende do ônibus para chegar ao emprego, ao posto de saúde, à escola.
E por que chegamos a esse ponto? Porque o modelo está falido. O atual sistema prioriza o lucro dos empresários e não o direito da população a um transporte digno. O contrato de concessão pública deveria garantir qualidade e acessibilidade, mas o que se vê são tarifas cada vez mais altas e serviço cada vez pior.
Uma proposta que merece ser discutida é a do transporte coletivo com catraca livre, ou seja, sem cobrança direta da tarifa ao usuário. Isso sim representaria uma verdadeira pressão sobre o poder público e os concessionários. A mobilidade urbana é um direito, e como tal poderia ser custeada por um fundo público, alimentado por contribuições proporcionais de toda a sociedade – afinal, todos se beneficiam quando há menos carros nas ruas, menos poluição e mais inclusão social.
Cidades como Talinn, na Estônia, e mais recentemente algumas experiências no Brasil, como em Caucaia (CE), mostram que é possível pensar fora da caixa. A catraca livre é uma ideia que desafia o modelo vigente, desloca o foco do lucro para o direito coletivo e cria uma base sólida para o desenvolvimento urbano sustentável.
Chegou a hora de Santa Maria deixar de copiar mal e começar a criar soluções próprias, pensadas a partir de nossa realidade, com participação da sociedade e compromisso com o futuro.
(*) Marionaldo Ferreira é especialista em governança pública, mentor de líderes e consultor em gestão e captação de recursos para municípios. Atua na formação de servidores e agentes públicos e é autor do livro Governança Pública e Suas Possibilidades.






Resumo da opera. Não existe almoço gratis. Sempre que alguém ‘catar milho’ para apresentar exemplos é bom desconfiar.
‘[…] pensadas a partir de nossa realidade, com participação da sociedade e compromisso com o futuro.’ Politicos são muito bem pagos para resolverem problemas. Quando querem aumentar o numero de aspones no Casarão, exemplo, não querem opinião de ninguém. Para o resto precisam de ‘participação’? É uma piada!
‘Chegou a hora de Santa Maria deixar de copiar mal e começar a criar soluções próprias,[…]’. Copiando a Estonia e Caucaia que não funcionou?
PIB per capita da Estonia é tres vezes maior do que a tupiniquim. Caucaia é coisa do Rubens Ricupero, prefeitura tem uma divida de 14 milhões pela falta de repasses ao concessionario desde 2022. Aparentemente já começaram a cobrar de novo. MP instaurou um inquerito civil para apurar a gestão municipal. Prefeito é do PSD, o anterior era do PSB. Não tem magica, muito menos com informações furadas.
‘A mobilidade urbana é um direito, e como tal poderia ser custeada por um fundo público, alimentado por contribuições proporcionais de toda a sociedade – afinal, todos se beneficiam quando há menos carros nas ruas, menos poluição e mais inclusão social.’ Outra solução pronta, os ‘fundos’. Existem inumeros pais afora, uns com zero recursos e outros com recursos parados, estagnados na burocracia estatal. Outra vermelhice, mais tributação com transferencia de renda baseada em falacia ‘todos se beneficiam porque mimimi’. É só falar em aumento na carga tributaria e vamos ver como fica o Cabidão da Vale Machado.
‘Uma proposta que merece ser discutida é a do transporte coletivo com catraca livre, ou seja, sem cobrança direta da tarifa ao usuário.’ Utopias vermelhas, perda de tempo. Não vai acontecer. Alas, ‘[…] busca modelos prontos em outras cidades, realidades completamente diferentes da nossa.’
‘O atual sistema prioriza o lucro dos empresários e não o direito da população a um transporte digno. O contrato de concessão pública deveria garantir qualidade e acessibilidade, mas o que se vê são tarifas cada vez mais altas e serviço cada vez pior.’ Vermelhice, querem lucro minimo ou zero para os empresarios e transporte de primeiro mundo gratuito. Num serviço publico, onde tudo é meia boca. Fazer virar pais do primeiro mundo na base do decreto. Venda de terreno no céu. Vermelhos acham que a palavra bonita ‘direito’ resolve todos os problemas.
‘Quando há paralisações ou greves, o impacto recai justamente sobre aqueles que, como eles, também são trabalhadores – gente que depende do ônibus para chegar ao emprego, ao posto de saúde, à escola.’ Mesozoicos trancaram a Avenida Rio Branco prejudicando quem não usa o serviço. Na cabeça deles decerto estavam ‘angariando simpatias’. Só que não.
‘Em Santa Maria, a Prefeitura parece seguir um caminho pouco criativo: […]’. Podem espernear a vontade. Prefeitura não tem corpo tecnico para fazer algo diferente. Gestão da cidade começou a ser empurrada com a barriga depois do mandato do Behr e intensificou-se no segundo mandato Schirmer. Depois disto é só marketagem e ‘reação’ ao que acontece.