Coluna

Precisamos ser maravilhosas – por Bianca Zasso

Isto não é uma crítica. Já dou o aviso assim, sem rodeios, porque por mais que o dono deste sítio, como o próprio gosta de dizer, me convidou para falar sobre cinema, o assunto hoje atravessa a sala de exibição e os 24 quadros por segundo. Vamos falar sobre alimentar sonhos e vislumbrar um mundo com meninas ainda mais legais do que as que estão aí neste momento.

Mulher-Maravilha, dirigido por Patty Jenkins, não é apenas uma das estreias mais esperadas do ano. É um filme que, apesar de não ser perfeito, abre um novo caminho de possibilidades. Pode parecer banal uma garota parar diante de um pôster que estampa uma heroína, que usa espada e escudo. Mas é muito mais do que isso. A minha geração cresceu sonhando em poder combater o crime como o Batman ou parar um avião como o Superman. Mas sabíamos que, a não ser que tivéssemos pais evoluídos, jamais poderíamos brincar dessas coisas. Enquanto os meninos correm com suas capas pelo recreio, a gente fica lá, segurando bonequinhas. Um tédio. Ainda bem que os tempos estão se tornando outros.

Relatos de profissionais que trabalham com educação infantil dão uma ideia de como Mulher-Maravilha plantou novos sonhos. A não ser que os fabricantes de brinquedos sejam muito burros e não estejam dispostos a garantir uma boa grana, esperamos que as prateleiras sejam invadidas por escudos, braceletes à prova de balas e espadas. Na sessão de brinquedos para meninas, por favor. Mais perfeito que isso só se brinquedos não tivessem gênero.

Poder brincar de salvar o mundo dos perigos é um pequeno detalhe na humanidade, mas algo gigante para a infância. Estranho ter demorado tanto para acontecer. Afinal, como vamos criar meninas donas de si se os exemplos que a cercam sempre demanda que alguém surja para salvá-las? Querer que sua filha tenha um trabalho que a faça feliz mas cobrar que a tal felicidade completa só se alcança quando sem tem alguém ao lado é manter acesa a tal chama do príncipe encantado. Eles não existem. O que existe são pessoas legais que podem dividir bons momentos e construir algo junto com a sua filha.

Mulher-Maravilha pode ser o primeiro passo de uma geração que não vai morrer por um sapato novo, mas vai gastar mais de um solado para correr atrás dos seus objetivos. Não crie obstáculos procurando defeitos na fotografia ou achando que o roteiro é bobo. Leve as meninas que você conhece para assistir, indique, divulgue. Faça surgir novas heroínas.

Este texto foi motivado por uma cena que esta que vos escreve presenciou semana passada. Na saída da sessão de Mulher-Maravilha, um grupo de meninas de, no máximo, 10 anos, comentava animadamente sobre o que haviam acabado de assistir. Uma delas, inclusive, falou que, a partir daquele dia, sua personagem favorita era Diana Price e não mais o Homem-Aranha. E que queria ler os gibis. A colunista aqui voltou para casa sorrindo. E com uma esperança nunca antes vivenciada.

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