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OBSERVATÓRIO. Caso dos docentes da Odonto e a defesa interna. E o inferno astral de João Carlos Maciel

Há quem prefira dizer, por exemplo, que o principal fato da semana, para Santa Maria, foi a participação da Prefeitura, da UFSM e de empresários na maior feira de produtos de Defesa da América Latina, no Rio de Janeiro. A mídia tradicional, inclusive, dispendeu vastos recursos para uma cobertura bem apreciável do evento. Está bem, é possível.

Como aqui sempre se propugnou, é tarefa dos editores definir o que é ou não importante e, assim, transmitir ao seu público, com sua visão. Ok, ok, ok. Já este sítio, ainda que não desconsiderando a importância dos acontecimentos cariocas e sua influência sobre a boca do monte – tanto que também se ocupou do assunto em várias ocasiões -, entende que uma outra questão “pegou” nesta semana.

Trata-se do processo movido contra 14 docentes do curso de Odontologia da UFSM. Já punidos administrativamente, tanto que estão devolvendo, boa parte deles, senão todos, valores consideráveis, enfrentam a ação movida pelo Ministério Público Federal. O crime por eles cometido e, diga-se, assumido, é não ter cumprido o contrato de Dedicação Exclusiva que mantêm com a instituição.

Aqui não se trata de entrar no mérito (embora, pode estar certo, o editor tem sua opinião), inclusive porque a Justiça é que vai tratar disso, nas suas devidas instâncias. O que interessa, ao editor, é a interessante teia de solidariedade que envolve o caso, com alunos de Odontologia (formandos no segundo semestre deste ano) e do próprio Reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, ele próprio originário do curso, vindo a público para tratar do assunto.

O primeiro a se manifestar foi o reitor Paulo Burmann, que não poupou críticas ao trabalho…
O primeiro a se manifestar foi o reitor Paulo Burmann, que não poupou críticas ao trabalho…

Salvo engano, a manifestação dos formandos só foi publicada pelo sítio. Mas vale a leitura. Já o pronunciamento do reitor mereceu destaque também no Diário de Santa Maria, em sua versão online. Tanto um texto quanto o outro tem um ponto comum claro: a crítica ao trabalho jornalístico – o material fez parte de série de reportagens publicada pelos jornais do Grupo RBS.

Pessoal e profissionalmente não concordo. Afinal, o fato é fato. E merece e deve, sim, receber a atenção da mídia. Se o tom (ué, a mídia não é “imparcial”?), o jeito, a forma e até o conteúdo foi o adequado, bem, isso, sim, é discutível e todos têm o direito de questioner. Mas sempre, não apenas quando se lhe apertam os calos.

Há, também, um outro momento em que os dois pronunciamentos se encontram: na, digamos, aceitação do fato e na tentativa de unir situações diferentes. Isto é, aparentemente (sim, o editor pode estar enganado), admitir que tendo havido uma solução administrativa estaria tudo bem. Só que são coisas diferentes.

…jornalístico. Logo em seguida, e em um tom ainda mais forte, vieram os formandos 2015
…jornalístico. Logo em seguida, e em um tom ainda mais forte, vieram os formandos 2015

Uma é a punição de devolver valores eventualmente incorretamente recebidos e enfrentar sanções do tipo suspensão ou (houve um caso) demissão. Outra é a manifestação do Judiciário, provocada pelo Ministério Público Federal, acerca de possível crime cometido em relação à sociedade. Se serão condenados ou absolvidos é algo a saber-se no futuro, ouvidas as ponderações de todos os lados. O que não se pode é achar que alguns sejam mais iguais que outros e imunes ao processo. Ponto.

PARA QUEM DESEJAR LER (OU RELER) AS MANIFESTAÇÕES DO REITOR E DOS FORMANDOS EM ODONTOLOGIA ELAS ESTÃO AQUI  E AQUI .

LUNETA

Definitivamente, esta não foi uma boa semana para o vereador João Carlos Maciel – justo no período em que retornou ao Legislativo.

Ainda se refazendo, depois de duas semanas em atestado médico, logo após ter ficado preso dia e meio por conta de flagrante feito pela Polícia Federal, enfrenta uma refrega e contabiliza um revés.

No âmbito parlamentar, sofre com a possibilidade (que este editor considera apenas um jogo para a torcida, mas enfim…) de ser submetido a uma subcomissão de ética.

Para completar, o militante do PSOL, ex-candidato a prefeito, Tiago Aires, protocolou um requerimento em que pede a saída de Maciel da Câmara de Vereadores. Um, digamos, impeachment do vereador do PMDB.

O revés veio ainda mais forte. Trata-se da decisão do Tribunal de Justiça do Estado, tomada na quinta-feira e divulgada nesta sexta, que amplia sua pena em processo anterior.

Relembrando: trata-se do caso em que Maciel era acusado de exigir parte do salário de seus CCs e que foi gravado por um deles (o sítio noticiou, à época).

Na primeira instância, a condenação foi de 5 anos de reclusão em regime semiaberto. O regime é o mesmo, mas os desembartadores, agora, ampliaram a pena em um ano e oito meses. Vamos convir: se isso não é inferno astral, o que será?

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Um Comentário

  1. Gosto do atual reitor da UFSM, mas acho que ele pisou na bola com essa nota. Deveria ter ficado na dele, já que na Universidade todos conhecem esse tipo de irregularidade, que ocorre não apenas na Odonto, mas em toda a instituição.
    Com relação ao vereador, foi ele que plantou tudo o que agora tá colhendo. Parece ter sido abatido na pretensão de voos mais altos.
    Sobre assistencialismo no parlamento municipal, que atire a primeira pedra o(a) vereador(a) que não o pratica para (re)eleger-se.

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