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Leonel Brizola, um herói da Pátria – por Daniel Arruda Coronel

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No dia 22 deste mês, o ex-governador Leonel Brizola, o qual foi declarado, em dezembro do ano passado, um herói da pátria, pela presidenta Dilma Rousseff, estaria fazendo 94 anos. Com certeza, seria fácil compreender com acuidade as novas lutas e batalhas do menino pobre de Carazinho, que marcou a política e a história brasileira do século XX. Certamente estaria questionando e deblaterando contra a política econômica adotada pelo governo Dilma no seu segundo mandato, a qual relegou a educação a uma mera estratégia de marketing; estaria cobrando e questionando a auditoria da dívida, defendendo os interesses dos trabalhadores, principalmente dos mais humildes, questionando o caminho de degeneração política de várias figuras e partidos, o que contribui para a perpetuação do patrimonialismo e dos vícios públicos e privados.

Contudo, se enganam os que pensam que ele estaria defendo e dando eco às vozes reacionárias e golpistas, por mais que muitas vezes o PT não o tenha tratado com fidalguia e respeito, como merecem os homens de probidade, como era o seu caso. Provavelmente estaria nas ruas, junto aos mais humildes e necessitados, cobrando coerência do PT, a defesa dos “interesses” da nação e defendendo a escola de tempo integral, mas jamais defendendo o golpe ou as ações de cunho clientelista.

Assim foi em 1961, quando encampou a campanha da legalidade, defendendo a ordem e o respeito à Constituição, solicitando aos generais Machado Lopes e Costa e Silva, dentre outros, o apoio para combater os setores mais conservadores e reacionários da política brasileira, os quais queriam impedir a posse de Goulart. Infelizmente contou com apoio apenas do primeiro, pois o segundo já estava orquestrando e planejando o golpe, o qual viria a acontecer em 1964, e este iria ocupar a presidência da república de 1967 a 1969, deixando como legado o AI-5, que, em muitos aspectos, lembra as práticas e ações da Gestapo Nazista, bem como legando um falso milagre econômico, que não contribuiu para a melhor distribuição da renda e riqueza e nem para a mudança da estrutura fundiária extremamente concentradora do país.

Enfim, mesmo passados doze anos após a sua partida, Brizola continua despertando paixões e ódios, mas inegavelmente foi um nacional-desenvolvimentista, um patriota que, até seus últimos minutos, defendeu a soberania do povo brasileiro e também a educação e a cultura como as únicas formas de um país ser plenamente livre e soberano. Os exemplos que deixou prevalecem até hoje, tais como os CIEPs, o sambódromo no RJ e a Universidade Estadual do Norte Fluminense, dentre outras ações.

Com certeza em tempos de descrédito, de Lava Jato, Petrolão e desgosto com a política, seus pronunciamentos e posicionamentos nacionalistas fazem falta. Enfim, no dia em que ele completaria 94 anos, mais do que nunca, são oportunos os versos do Hino da Independência, o qual era seu preferido, e que seguidamente encerrava os seus discursos e as convenções do PDT:  “Já podeis, da Pátria filhos, ver contente a mãe gentil; Já raiou a liberdade, no horizonte do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá… temor servil: Ou ficar a pátria livre. Ou morrer pelo Brasil”.

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a foto que ilustra esta nota é uma reprodução de internet.

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