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Definitivamente, gosto de ler – por Daiani Ferrari

Ontem, cheguei a uma constatação. Eu realmente gosto de ler, mas ao meu jeito. Há tempos me perguntava se eu realmente gostava de fazê-lo e vi que sim. Não como uma obrigação, com a velocidade necessária para devorar um livro em uma semana ou, quem sabe, em menos de sete dias. Calma, com muita calma.

Meu prazer está em ler um pouco a cada dia. Em Candelária tem um livro que estou lendo nem sei quanto tempo faz, “Comer, Rezar e Amar”, de Elizabeth Gilbert, presente de uma cunhada. Estou no trecho em que Liz está na Índia, focando-se em seu lado espiritual. No momento se preocupa em aprender a meditar, através de vários exercícios de corpo e mente. Em Santa Cruz tenho o “Inés de minha Alma”, de Isabel Allende, que fala da viagem da jovem costureira, que no século XVI saiu em direção ao Novo Mundo atrás do marido, e em Santa Maria o “Clube dos Anjos”, do Luis Fernando Veríssimo. Esse estou há mais tempo sem ler. Também na onda da morte de Saramago peguei para ler “As intermitências da morte”. Mas só passei os olhos pela primeira página.

Ok, pode ser que eu goste mais da ideia de ter um livro para ler. Como tenho problemas de concentração, não consigo me deter muito tempo em uma leitura. Mas eu realmente gosto do que leio e não me proponho a colocar meus olhos naquilo que não aprecio e não me atrai. Gosto de coisas bem definidas, por isso procuro ler capítulos inteiros, não me apetece deixar tópicos pela metade. Leio um e acabo antes de começar a leitura sem a devida atenção. Gosto de imaginar cada frase, o cenário, onde os fatos estão acontecendo. Minha mente forma locais, rostos e situações.

Com jornais também tenho uma sistemática alternativa. Leio algumas coisas nos impressos do dia, muito na internet, mas suplementos e cadernos impressos, normalmente os dominicais, sempre guardo para ler numa hora sem nada para fazer, num momento em que a televisão não estiver me agradando. Tenho cadernos guardados de meses atrás, que ainda aguardam ser lidos, mas tenho que admitir que a televisão me tira um pouco da leitura. Sou apaixonada por televisão. Gosto dos “enlatados americanos” e das novelas, não tem jeito de deixar de ver.

Então, no balanço que fiz em um dia chuvoso e frio, acho que posso dizer que gosto de ler, ao meu jeito e por minha conta e risco. Acredito que com a profissão que escolhi não poderia ser diferente. O saldo é positivo. O livro, a cadeira de balanço na sacada e um chá de hortelã (com bastante açúcar), parecendo uma senhora…

Já que saí no lucro, vou aproveitar o intervalo do almoço e ler mais um capítulo de “Inés”, que acaba de se instalar em Cuzco, no Peru, numa casa cedida a mando do marquês governador Francisco Pizarro. Já sei que o marido morreu em batalha, mas Inés não dá indícios de que voltará ao Velho Mundo. Veremos…

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Um Comentário

  1. Então, como foi?
    Eu já sou oposto, sou dessas que tem que ler no mesmo dia o livro inteiro. Se eu ler devagar ai sim perco a concentração…
    Mas eu leio mais rápido do que a maioria das pessoas, no colégio sempre fiquei sozinha na hora da leitura. Nunca suportei os lentos ao meu lado e eu esperando para virar a folha. Nada contra os lentos, eu que sempre encontrei motivos para ficar sozinha.
    E de fato, não há melhor desculpa para ficar sozinha do que ler um velho e bom livro.
    Abraços.

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