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HISTÓRIA. Uma inédita coluna “Observatório”, NÃO PUBLICADA há exatos seis anos

Antes de mais nada, vamos ao contexto. Era 2 de outubro, sábado, a véspera da eleição municipal de 2004 – em que se digladiavam na disputa pela prefeitura o governista (buscava a reeleição) Valdeci Oliveira (PT) e os oposicionistas José Farret (PP) e Cezar Schirmer (PMDB). Quem viveu à época, deve lembrar a exacerbação de ânimos então existente. Levando em consideração essa circunstância, este editor decidiu, em comum acordo com a direção do jornal A Razão, não publicar o texto abaixo. Era a nossa contribuição para um ambiente mais, digamos, ameno. Noutra circunstância, certamente, tanto a direção quando o colunista iriam no sentido contrário.

Dito isto, o fato é que o texto ficou arquivado (já escrevi aqui que, mais que uma boa memória, tenho arquivo). E, a prudente distância daquela situação, creio que se trata de algo publicável. Nem que seja para um resgate histórico.

Segue, portanto, um texto inédito, de exatas seis anos atrás. Confira a íntegra, a seguir:

“Ao longo da campanha, ainda que ao colunista tenha parecido morna – exceto nos últimos dez dias -, surgiram inúmeros argumentos para votar nos candidatos Farret, Schirmer e Valdeci, os principais pretendentes ao Executivo. Como também apareceram não poucas  “razões” para rejeitar os três candidatos. Neste Observatório, na véspera do pleito, conheça três motivos, que, a juízo do repórter (e de analistas por ele ouvidos, nesta semana), são aceitáveis para apoiar qualquer um do trio.

No contraponto – e aí são opiniões colhidas de eleitores, ao longo da campanha – também apresentamos três “argumentos” recorrentes nos detratores dos candidatos e que, é bom que fique claro, não necessariamente têm a anuência do jornalista. Mas foram (e ainda são) utilizados, por quem os elaborou, para combater as candidaturas “indesejadas”

Eis três bons motivos para eleger…

JOSÉ FARRET

1 É o mais experiente de todos. Durante 10 anos foi prefeito, em dois períodos distintos e tem grandes serviços prestados à cidade, inclusive como deputado estadual agora em segundo mandato.

2 É conciliador, o que já demonstrou em suas gestões anteriores, o que permitirá uma convivência pacífica com uma Câmara de Vereadores em que contará, num cálculo mais que otimista, com três parlamentares, em 14.

3 Faz parte da base de apoio do governo Rigotto. E mais: dois secretários fundamentais – Obras e Segurança – são do PP, o que poderia garantir solidariedade mais explícita na solução de problemas graves de Santa Maria.

CÉZAR SCHIRMER

1 Com toda a sua experiência no Parlamento – é deputado desde a segunda metade dos anos 70 – e no Executivo – foi secretário de Fazenda e da Agricultura – possui conhecimento e jogo de cintura suficientes para bem gerir as coisas do município.

2 Montou um programa de governo capaz de atender as principais reivindicações da comunidade, ao lado de alguns objetivos que só podem ser atingidos no longo prazo. Mas, enfim, tem que se começar, em algum momento.

3 É do partido que governa o Rio Grande. Mesmo com a penúria das finanças estaduais, é de se supor que, vencendo um município até aqui dirigido pelos principais adversários do PMDB, tenha tratamento privilegiado.

VALDECI OLIVEIRA

1 Colocou as finanças municipais nos eixos, aumentou a arrecadação e reconquistou a possibilidade de endividamento interno e externo, permitindo maiores investimentos para desenvolver Santa Maria.

2 Mostrou resultados importantes, sobretudo para as camadas de mais baixa renda. Além do auto-elogiado passe livre nos ônibus, pavimentou boa parte das vias da periferia e projetou mudanças significativas no atendimento à saúde dos mais pobres.

3 É, dentre todos, o que mais fácil acesso possui a Lula, o Presidente da República. Isso significa a possibilidade de aval (e, até, aporte de recursos federais) a projetos grandiosos e necessários ao crescimento de Santa Maria e sua gente.

… E pelo menos uma razão para não votar em…

JOSÉ FARRET

É o candidato do atraso. Pensa muito pequeno e, por sua forma quase caudilhesca de fazer política, dificilmente fugirá do varejo, abdicando de idéias vindas de sua equipe e capazes de consolidar uma proposta do que pode ser, no longo prazo, uma Santa Maria desenvolvida. Personalista, tem um grupo muito fechado (e pequeno) de pessoas ao seu redor e que, longe de debater saudavelmente com ele, apenas dizem amém.

CÉZAR SCHIRMER

Tem uma postura autoritária e auto-suficiente, o que impede o livre trânsito de idéias que não as dele próprio. Há nomes em sua equipe de campanha que, se guindados a postos de primeiro escalão, não têm confiabilidade política, correndo-se o risco de a administração cair no descrédito. E sua aparência antipática, ainda que não proposital, não ajuda, de jeito nenhum, numa proposta de distensão de ânimos em favor de Santa Maria.

VALDECI OLIVEIRA

Ainda que pessoalmente cordato, apresenta um viés autoritário próprio do partido a que pertence. Muito ideológico, não facilita a tarefa de conciliar com todas as camadas sociais, inviabilizando um projeto desenvolvimentista para a cidade. Ostenta idéias arcaicas, obsoletas, e um núcleo dirigente muito limitado em conhecimento. Governa com uma confraria, inviabilizando o necessário diálogo entre contrários.”

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3 Comentários

  1. sou capaz de apostar que após o segundo governo do Valdeci, tua avaliação sobre os motivos p/ não votar nele reduziram bastante … se não tiverem zerado (NOTA DO SÍTIO – embora não tenha sido a intenção do leitor supor que a avaliação seja do editor, não custa repetir um trecho do texto: “No contraponto – e aí são opiniões colhidas de eleitores, ao longo da campanha – também apresentamos três “argumentos” recorrentes nos detratores dos candidatos e que, é bom que fique claro, não necessariamente têm a anuência do jornalista (grifos do sítio). Mas foram (e ainda são) utilizados, por quem os elaborou, para combater as candidaturas “indesejadas”…”

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