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Doutor Tibiriçá: um torturador nacional – por Daniel Arruda Coronel

No dia 14 deste mês, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a sentença que condenou o Coronel Carlos Brilhante Ustra, conhecido como Dr. Tibiriçá, como torturador. Esta decisão do Tribunal é daqueles fatos que devem ficar registrados nos Anais da História Democrática do povo brasileiro, que, para efetivamente ser livre e soberano, jamais deve esquecer o que houve em tempo não tão distante, quando vários homens e mulheres de bem foram torturados, exilados e mortos por um regime torpe e canalha que prevaleceu no país, de 1964 a 1985.

O Coronel Ustra é natural de Santa Maria-RS e chefiou, de 1970 a 1974, o DOI-CODI do II Exército, o qual foi um órgão atuante de repressão política do regime ditatorial brasileiro. O Jurista Fábio Konder Comparato, autor do livro “Ética: direito, moral e religião no mundo moderno”, definiu o Coronel como o mais notório torturador do regime militar. A ex-deputada federal Bete Mendes reconheceu Ustra como um de seus torturadores na década de 1970.

Embora esta decisão possa ser revertida pelo Supremo, é uma vitória principalmente da família Teles, que teve vários de seus membros torturados no DOI-CODI e há anos clamava por justiça e dignidade a um ato monstruoso que foi praticado contra vários de seus membros.

Enfim, espera-se que decisões como esta abram as portas para que vários torturadores paguem pelos seus atos, e a sociedade, mais do que nunca, respeite os valores democráticos, éticos e sociais e que os ideais de brasileiros e homens de bem como Dom Paulo Evaristo Arns, organizador do livro: “Brasil nunca mais”, onde relata as barbáries e atrocidades do regime militar, sirvam como baluartes da democracia, da vida e do respeito às instituições.

E aos que julgam que decisões como esta do Tribunal de Justiça são uma caça às bruxas, a resposta pode ser encontrada em Hebreus, 10, 32,35: “Lembrem-se do que aconteceu no passado: Naqueles dias, depois que a luz de Deus brilhou sobre vocês, vocês sofreram muitas coisas, mas não foram vencidos na luta. Alguns foram insultados e maltratados publicamente, e outros tomaram parte do sofrimento dos que foram tratados assim. Vocês participaram do sofrimento dos prisioneiros. E quando tiraram tudo o que vocês tinham, vocês suportaram isso com alegria, porque sabiam que possuíam coisa muito melhor, que dura para sempre. Portanto, não percam a coragem, porque ela traz grande recompensa”.

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