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Não era ‘la mano de dios’ – por Anderson Santos e Dijair Brilantes

Coluna Além das 4 linhas –  edição da semana de 3 de novembro de 2012 – por Anderson Santos (editor) & Dijair Brilhantes

 

O argentino Hérnan Barcos bem que tentou repetir a proeza de seu conterrâneo, Diego Maradona, mas tudo que ele conseguiu foi arrumar uma confusão no jogo, e uma discução que já se arrasta por uma semana e não deve terminar tão cedo.

No sábado dia 27 de outubro, o Palmeiras veio a Porto Alegre, para jogar contra o Internacional, o alviverde paulistano que luta para fugir do calvário do rebaixamento, até que fez boa partida. Um bom primeiro tempo, quando até conseguiu sair ganhando, mas levou o empate logo em seguida.

Na segunda etapa, foi que veio o lance mais polêmico dos últimos anos no futebol. Após cobrança de escanteio da equipe palmeirense, o bom centroavante (achado de Felipão) Barcos empurrou a bola com a mão para o fundo das redes. Até ai “tudo bem”, não é necessário falar que a jogada não é válida, mas o sexteto de arbitragem não viu o lance. Sexteto? Por mais incrível que possa parecer, seis homens que atualmente compõe a comissão de arbitragem não viram o lance. O juiz principal Francisco Carlos Nascimento, apontou para o centro do gramado, o seu auxiliar fez o mesmo. Jogadores colorados cercaram o árbitro, enquanto os palmeirenses comemoram o gol, que poderia ajudar na ressurreição. Após muita discussão o gol foi anulado.

Anulado por que, se ninguém viu?

Se o sexteto de arbitragem não viu, como anularam o gol? Essa questão foi a mais discutida nos últimos dias. Que o gol de Barcos foi com a mão não resta dúvidas, mesmo que alguns palmeirenses enxerguem pênalti do zagueiro Índio em Barcos no lance. Mas a informação crucial teria vindo do delegado da partida, o senhor Gerson Baluta, que teria consultado a repórter da TV Bandeirantes, Tainá Espinosa, e informado ao quarto árbitro, o gaúcho Jean Pierre Gonçalves.

Se isso for confirmado, o que duvidamos muito, já que isso está sendo negado pela comissão de arbitragem, o sexteto ignorou uma regra fundamental do futebol imposta pela FIFA. A entidade máxima do futebol proíbe o uso de recursos eletrônicos para decidir lances de jogo, permite apenas para lances disciplinares.

A súmula

Todos aguardavam ansiosamente pela súmula do arbitro da partida. O que nela deveria conter, já que aconteceram fatos totalmente fora de contexto de uma partida de futebol.

Para nossa surpresa o juiz da partida preencheu-a normalmente, sem observações, relatando que o jogo ocorreu dentro da normalidade.

Gostaríamos muito de saber o que se passou pela cabeça do senhor Francisco Carlos Nascimento, no momento do preenchimento da súmula do jogo, relatar que tudo ocorreu dentro da normalidade é um no mínimo um total disparate.

Consequências    

Os 3 pontos ganhos pelo Internacional, na partida foram retirados da tabela até o julgamento. Dificilmente a partida será anulada, mas a comissão de arbitragem deve ser julgada e punida. Errar lances de jogo é coisas que ocorrem em quase todas as partidas, claro que alguns prejudicam muito mais alguns times. Mas usar um recurso não permitido pela regra é cometer um “crime” contra o futebol. E quanto à denúncia do Internacional contra o centroavante Barcos, o STJD não deveria nem aceitar. Fazer um gol ilegal, não é algo a ser julgado fora das quatro linhas. Ficar cobrando ética do jogador por causa desse lance, é outra coisa inaceitável, ninguém pediu isso ao Luis Fabiano na copa de 2010.

O fato mais triste, é que outra vez uma partida do Campeonato Brasileiro será decidida nos tribunais pelo STJD.

(Para quem quiser nos ajudar criticando e/ou sugerindo novas propostas e assuntos, entre em contato através dos e-mails [email protected] e [email protected])

Anderson Santos é jornalista e mestrando em comunicação social na Unisinos ([email protected]) e Dijair Brilhantes ([email protected]) é estudante de jornalismo

Twitter da coluna: @alem_das4linhas

 

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