OBSERVATÓRIO. Schirmer saía (e ainda sai) atrás de nomes luminosos. Problema é que, agora, tanto faz

A ideia era habitar o Palacete com ilustríssimos. Era?

O sonho, aliás legítimo e até do interesse da comuna, de Cezar Schirmer era contar, em postos chaves da administração, com figuras acima de qualquer contestação. No mínimo, no mínimo, na pasta destinada exclusivamente a pensar no Desenvolvimento Urbano. Aliás, pasta criada com esse objetivo, no bojo da reforma administrativa.

Muito pela tragédia de 27 de janeiro (que transferiu a reestruturação do governo para quatro meses depois) e bastante também pelo próprio comportamento do governo e de seu comandante, um a um os sondados foram, delicadamente, declinando do honroso convite.

Mesmo que o prefeito, inclusive porque é um movimento tático que lhe pareceu importante, tenha afirmado ao repórter Marcos Fonseca, de A Razão, que as articulações são feitas em segredo, o fato é que não há como evitar que se descubram algumas coisas.

Uma delas é ruim. Outra é pior.

A ruim: pelo menos dois empresários conhecidos foram procurados por um grupo que dizia falar em nome do prefeito. Assuntavam sobre a possibilidade de os anfitriões toparem entrar no primeiro escalão. Ambos rechaçaram. Com polidez. Mas firmeza.

A pior: pelo menos outros dois executivos, um de formação jurídica, outro econômica, foram convidados. E também recusaram. Educados, não deram a razão real aos intermediários, mas não a esconderam de terceiros – e estes contaram a Observatório. “Com o salário que recebemos fazemos trabalho importante onde estamos, sem o incômodo e o tititi que toma conta, faz tempo, do coração do governo e do seu entorno”.

Ruim? Pior? Tem outra coisa ainda mais contundente. E terrível. Até mesmo o interesse para saber quem vai ser ou não secretário diminuiu. É o momento do tanto faz. Por quê? Ora, porque tanto faz.

É possível mudar isso. Claro. Mas depende do prefeito. De ninguém mais.