MENSALÃO (2). As imensas responsabilidades do Supremo Tibunal Federal, na opinião de leitor do sítio
Como você leu há poucos minutos, mais abaixo, se saberá na próxima quinta-feira, em decisão a ser tomada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, se dará certo a manobra (legítima) do ex-presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo – que renunciou para que o processo do mensalão tucano, no caso dele, vá à primeira instância, o que lhe dá boas garantias de prescrição.
Há responsabilidades, claro, recaindo sobre o STF, em relação ao episódio, aliás anterior ao chamado “mensalão petista”, e que só agora pode chegar aos finalmentes. Sobre isso escreve um leitor, em colaboração enviada ao sítio. Cnfira, a seguir, o texto assinado por Dantro Guevedo:
“Cabe à Suprema Corte Decidir pelo Fim da Corrupção no Brasil
A Ação Penal 536 – “Mensalão do PSDB” – é a resposta necessária do Supremo Tribunal Federal à escalada da corrupção no Brasil e representa o fechamento de um ciclo, no qual predominava a impunidade das elites (com raízes na pretensa imunidade de aristocratas, oligarcas e ditadores de antigos regimes).
Uma vez concluído o processo anterior (com semelhanças inclusive nos nomes de batismo), conduzido com total esmero e zelo por parte da Suprema Corte, contra os acusados (e agora condenados na Ação Penal 470) do “Mensalão do PT”, o STF terá à sua disposição tempo e recursos para mostrar à toda a população brasileira que em nosso país existe e é praticada a justiça, e que a corrupção tanto entre partidos com raízes na esquerda (caso do PT) quanto aquela praticada, de modo igualmente nojento, por partidos de raízes na direita (caso do PSDB) merecem igual tratamento perante à lei.
Claro que o Supremo inicia a semana desgastado por ilações quanto à sua possível esquiva de julgar o “Mensalão do PSDB”, sendo inclusive alvo de especulações que desqualificam suas decisões, lhes conferindo suspeitas de aplicar critérios diferentes para julgar crimes idênticos, ou seja, ser portador de dois pesos e duas medidas para tratar de seus negócios. Se isso fosse real seria um verdadeiro descalabro, seria uma verdadeira aberração jurídica, de uma baixeza e imoralidade sem tamanho, um mau-caratismo sem escrúpulos e uma sem-vergonhice sem limites. Porém, todos temos fé em Deus, que este não é o caso do STF.
Durante esta semana a corrupção será mais uma vez colocada no banco dos réus, e ficará frente à frente com Joaquim Barbosa (Presidente), Ricardo Lewandowski (Vice), Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e Roberto Barroso. Esse é time de juízes responsável por determinar o “fim da linha” para as práticas tradicionais de fazer política corrupta no Brasil.
Apesar de inúmeras similaridades, até mesmo nos nomes de vários acusados (como os publicitários Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, apontados como os operadores do esquema tucano, e já condenados na Ação 470), o caso do “Mensalão do PT” foi rápida e inteiramente julgado pelo STF, e nenhum dos réus teve julgamento encaminhado para 1ª instância (nem mesmo aqueles que não eram parlamentares), ao contrário do que vem ocorrendo com o processo do “Mensalão do PSDB”, cujo processo inicial já foi desmembrado e se arrasta à mais de 10 anos, e cujos réus Walfrido dos Mares Guia (ex-ministro) e Cláudio Mourão (ex-tesoureiro do PSDB) gozam da certeza da prescrição de seus crimes por ultrapassarem a “maioridade penal”.
De todo modo, chegou a derradeira hora de se fazer justiça, no momento em que o mais novo ex-deputado renunciante Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o único réu que restou de uma ação penal que julgava os crimes cometidos por toda uma quadrilha, receberá o mesmo tratamento que levou para a cadeia o ex-deputado renunciante Natan Donadon (PMDB-RO) ao tentar “burlar” o judiciário. Cabe somente ao STF decidir e consagrar esse marco, esse símbolo histórico, dando novas esperanças para todos os milhares de brasileiros que combatem a corrupção e procuram fazer do Brasil um país melhor dia à dia.
Chegou a hora, inclusive da população se mobilizar, para mostrar que cadeia não é só para pobres, negros, jovens e políticos de esquerda, e que até mesmo Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e políticos da direita precisam acertar as contas com a justiça no Brasil.
Dantro Guevedo – Cientista Social”
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