CIDADANIA. A “Justiça que tarda, falha”. É a ministra do STF, Cármen Lúcia, sobre morosidade do Judiciário
As palavras são da ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, em pronunciamento no final de evento ocorrido no Rio de Janeiro: “morosidade só existe porque tem gente ganhando com ela. A Justiça que tarda, falha. Quando se mata uma mulher dentro de casa e um filho de 7 anos vê este assassinato, um júri que acontece 12 anos depois não faz justiça.Cumpre-se a lei, mas não se faz justiça”.
A ministra, afinal de contas, falou o que virou o tal de senso comum: demora-se muito para praticar Justiça (o que não significa, nunca é demais lembrar “justiçar”) no Brasil. Mas, e o que fazer para resolver isso? Ela até que avança um pouco nessa questão, como podemos conferir no material produzido e distribuído pela Agência Brasil. A reportagem é de Flávia Villela. A foto é de Arquivo. A seguir:
“Ministra do STF diz que juízes devem sair da zona de conforto e ir até cidadãos…
… A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia defendeu a transformação do Judiciário, que segundo ela, precisa se reinventar para atender de forma adequada à população brasileira. Em discurso hoje (13), durante o encerramento da Campanha Justiça pela Paz em Casa, no Rio de Janeiro, ela defendeu mais criatividade e mudança de postura por parte dos juízes para diminuir o déficit que a Justiça tem com o cidadão.
“Precisamos transformar o Poder Judiciário, que está muito aquém do que o cidadão brasileiro nos exige. Porque o mundo se transformou, o Brasil se transformou. Cabe a nós sairmos da zona de conforto e da mesmice e também nos transformarmos. E uma das providências é a que foi adotada em grande parte do Brasil com a Justiça Itinerante, irmos onde o cidadão está”, disse a ministra, ao ressaltar que muitas mulheres não denunciam a violência porque não têm nem condições financeiras de pagar o transporte para ir até uma delegacia de polícia ou órgão de apoio.
A magistrada destacou mais de uma vez que a solução dos problemas do Poder Judiciário não está em uma reforma, mas na mudança de postura por parte dos juízes. A campanha desta semana, segundo ela, é um exemplo dessa mudança, em que mutirões de juízes deram celeridade ao andamento de processos de violência contra mulher. “Demos um recado à sociedade de que não somos autistas que não sabemos o que se passa. Sabemos sim, até porque a violência está na porta de todos nós”…”
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