DO FEICEBUQUI. Mais de 6,5 mil balões foram soltos por aqueles 242 meninos e meninas, contou a Marilice
O editor tem publicado observações curtas (ou nem tanto) no seu perfil do Feicebuqui que, nem sempre, são objeto de notas aqui no sítio. Então, eventualmente as reproduzirá também para o público daqui. Como são os casos desses textos, que foram postados na rede social nas últimas horas – o principal deles, aliás, não é do editor, mas da colega Marilice Daronco. Confira:
Por Marilice Daronco
Em números…
6.534 balões brancos já foram soltos
810 é o número mínimo de abraços que cada pai deixou de dar em seus filhos
27 meses se passaram
Mas não há números que possam traduzir a dor de uma saudade, de 242 saudade(s).
Kiss, que um dia haja Justiça!
UMA HISTORINHA DE PODRIDÃO
Eu devia ter seis, sete anos. Em Erechim. Toda segunda-feira, religiosamente, precisava acordar às 6 da manhã. Tinha uma missão: ir ao INPS, ou SAMDU ou que nome tinha o INSS da época, para pegar uma ficha para Dona Catarina.
Ela era comadre do meu pai, e chegava no trem, procedente de Marcelino Ramos, lá pelas 8 e meia da manhã. Vinha consultar. Toda santa segunda-feira. Durante um tempo que não sei precisar, mas foi mais de ano, com certeza.
Ao chegar, antes mesmo de dizer “bom dia”, declarava:
ESTOU PODRE, COMPADRE! ESTOU PODRE!
Eu ouvia aquilo e pensava, nada religiosamente: “podre? Então por que não morre essa mulher?”. Sim, porque quem tinha que levantar “de madrugada” era eu, o gurizinho, que suspeitava ela não ter nada, apenas um pretexto para vir para “a cidade”.
Bueno, não sei do que ela morreu – se é que morreu. Mas o que sei é que também me sinto podre. E continuo levantando às 6. Só que agora por um motivo nobre: levar meu filho à escola.
SIM, O FATO É ESSE: também estou me sentindo podre. Mas não vou morrer. Não tão cedo. Ainda pretendo levar meu filho muitas vezes à escola.
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