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Acampamento: muitas lojas, pouca demanda! – por Carlos Costabeber

Caminhando pela rua do Acampamento, cheguei a uma conclusão: “é muita loja para pouca demanda”.  Explico: Santa Maria virou o paraíso das grandes redes de eletromóveis, que veem em nossa cidade um poder de compra muito atrativo. Com isso, gradativamente elas foram “expulsando” as lojas daqui, e tomando conta do mercado. Há muito tempo  não existe uma única loja de eletrodomésticos de capital local, enquanto que entre os anos 60 e 80, tínhamos a Central de Máquinas, Irmãos Ugalde, Stoever & Filhos e Casa Lang, principalmente. Todas já desapareceram no decorrer do tempo.

Lembro que na Acampamento havia um comércio forte: Ferragem Santa Maria, Casa Gaúcha, Padaria Holtermann, Varig, Farmárcia Rizzatto, Farmácia Fontenelle, Casas Escostegui, Irmãos Fabrin, Casa Roth (filial), Casa Ideal, Sulbra, Imcosul, J.H. Santos, Alcides Brum, entre tantas. Dessas, apenas a Alcides Brum está em atividade (desde 1950).

Assim, graças a um grande poder de fogo (capital, escala de compras e agressividade mercadológica), as “redes de fora” foram ocupando os espaços deixados pelas lojas locais. E a Rua do Acampamento se tornou o alvo dessas empresas, que investiram pesado em novas e atraentes instalações. Aos poucos foram chegando Magazine Luiza, Lojas Colombo, Quero Quero, Taqi, Manlec, Certel, Deltasul, Obino, Ponto Frio, Benoit e Multisom.

Os consumidores saem ganhando, já que a grande oferta de produtos similares permite que se barganhe o melhor preço ou condição de pagamento. Assim, graças ao bom poder aquisitivo da nossa população, e às vantagens oferecidas pelo crediário, elas cresceram e ganharam muito dinheiro em Santa Maria. Só que, em contrapartida, essas redes pouco contribuem com a cidade, além da geração de empregos e impostos. São como “corpos estranhos” em nossa comunidade, pois são impessoais e dirigidas por profissionais de fora.

Só que o cenário mudou: (1) As residências estão equipadas com móveis e eletroeletrônicos novos (ou quase); (2) as famílias estão endividadas; (3) a renda real está caindo; (4) os produtos são de baixa reposição, e (5) o crédito está mais caro e restrito. O resultado é que a queda nas vendas desse setor é acentuada, e tende a continuar regredindo. Por isso, a minha previsão é de que essas redes serão obrigadas a reduzir de tamanho, ou mesmo a fechar lojas. Como afirmei, “é muita loja para pouca demanda”. Acredito que a fotografia do comércio na Acampamento irá mudar, com suas consequências de toda ordem.

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