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Heróis do comércio – por Carlos Costabeber

Fui o mais jovem Presidente da CDL, com apenas 27 anos. E tive o privilégio nesse época (1977), de coordenar a 8ª. Convenção Estadual do Comércio Lojista. Um evento que só foi viabilizado graças à inauguração do Itaimbé Palace Hotel, e que reuniu 600 participantes.

Mas não foi por acaso o meu ingresso na vida associativa. Ao entrar para a CDL, recém tinha voltado da Fundação Getúlio Vargas, e era Diretor da Uglione; e trazia uma brisa de modernidade para a Entidade. E lá fui acolhido como um filho, pelo Achiles Segala, Rui Ramos, Angelo Rizzatto, Tomaz Vieira de Castro, Mário Gaiger, Paulo Rubens Danesi, José Macedo, Nelson Borin, Fernando Binato, Guido Isaia, Lothar e Gunther Stoever, Humberto Ugalde, Carlos Alberto Ribas, Pedro e Mário Saccol, Alcides Mânica, o Fernando das Casas Roth, Luiz Odorissi, o Victor da Vicmar, entre outros daquela valorosa e “velha guarda”.

Entre os anos 60 e 80, o comércio de Santa Maria era formado unicamente por empresas locais. Os primeiros “intrusos” foram as (falecidas) redes Imcosul e JH Santos, e que foram motivo de um comentário que escrevi em 1975, intitulado “Invasão Alienígena”. Vejam que há exatos 50 anos eu já estava prevendo que as redes de fora acabariam tomando conta do comércio local. E não era nenhuma premonição, mas o resultado de ter vivido em São Paulo, e de ter uma visão acadêmica dos negócios.

E infelizmente, aquele cenário foi ganhando corpo, e o importante comércio local foi morrendo, e vendo seu espaço ser ocupado pelas grandes redes. E foram dois os principais motivos que, na minha opinião, levaram os comerciantes locais a fecharem as suas portas: (1) não ter considerado (e se preparado para) a ameaça  da iminente concorrência; e (2) a falta de sucessores, que não desejaram continuar a frente dos negócios. Exatamente isso!!!!

Da minha geração, poucos filhos continuaram o negócio dos pais. E se explica: lá nos anos 60 e 70, a gurizada queria aproveitar a chegada da UFSM, e cursar Medicina, Odontologia, Engenharia e Farmácia. Todos queriam ser profissionais liberais, a ter de continuar uma vida de muito trabalho atrás do balcão de uma loja. O risco era bem maior, e não dava status !

Fica aqui, pois, a homenagem às lojas que sobreviveram: Gaiger, Vicmar, Alcides Brum, Casa Macedo e Eny Calçados. E a toda a velha guarda do movimento lojista, que me acolheu com tanto carinho, e que me contaminou com a paixão pelo varejo. Tenho saudades daquela época áurea, onde os lojistas (e suas famílias) mantinham relações pessoais de parceria e amizade. Sou testemunha de uma época maravilhosa, onde existia uma verdadeira união, e onde os clientes eram atendidos pelos próprios donos. Bons tempos que deixaram saudades.

 

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