DO FEICEBUQUI. As peculiaridades dos primeiros atos de Temer. A dobradinha Mendes-Aécio. Ah, e a Marta!
O editor tem publicado observações curtas (ou nem tanto) no seu perfil do Feicebuqui que, nem sempre, são objeto de notas aqui no sítio. Então, eventualmente as reproduzirá também para o público daqui. Como são os casos desses textos, que foram postados na rede social nas últimas horas – um deles do amigo e colega Daniel Ito Isaia. Confira:
AS PECULIARIDADES…
…da “troca de Poder” no Brasil, na inteligente análise de Daniel Ito Isaia:
“Quando a pessoa que ocupa a presidência da República comete um crime, o processo de impeachment permite que ela seja afastada do cargo. Mas você sabe por que, nesses casos, o vice-presidente é quem assume o governo (e não o segundo colocado nas eleições)?
Porque mesmo com o afastamento da PESSOA que ocupa a presidência, deve-se garantir a continuidade do PROJETO que foi eleito nas urnas. É o respeito à vontade soberana do povo. Pressupõe-se que o vice-presidente está comprometido com esse projeto de governo e dará SEGUIMENTO ao mesmo.
Michel Temer, no entanto, articulou para derrubar Dilma Rousseff. Ao assumir interinamente a presidência da República, sua primeira ação foi DESMANCHAR o governo do qual participava.
Mais grave ainda: Temer nomeou como ministros do Executivo justamente representantes dos grupos políticos cujos projetos foram DERROTADOS nas urnas. Na prática, temos hoje uma estrutura de governo semelhante a como seria se AÉCIO NEVES tivesse sido eleito.
A proposta de governo rejeitada pelo povo em 2014 acaba de tomar o poder. Se isso não é GOLPE, então eu não sei o que seria.”
![No entendimento do ministro, advogados de Aécio demonstraram não haver elementos que justifiquem inquérito. Então, tá! (foto Geraldo Magela/Agência Senado)](https://claudemirpereira.com.br/wp-content/uploads/2016/05/feicebuqui-aécio.jpg)
POR QUE EU NÃO ESTRANHO?
Ministro do Supremo, Gilmar Mendes, decide que Aécio Neves não precisa ser investigado – como propunha a Procuradoria Geral da República.
Em tempo: é apenas a sétima citação do presidente nacional do PSDB na “Lava Jato” – aquela operação que todos acreditam vai continuar e pegará “tooodo mundo”.
PESSOALMENTE, ACHO…
…uma injustiça a Marta Suplicy, que é do PMDB, não estar no ministério. Afinal, se esforçou tanto para virar peemedebista, que poderia ser premiada. Sem falar na sua experiência administrativa.
Enquanto eu brigo com o português, outros brigam com a lógica. O projeto eleitoral “eleito nas urnas” (vá que em algum lugar o pleito seja feito em penicos) foi um dos maiores estelionatos eleitorais que se tem notícia. Tudo estava certo, Brasil maravilha. Programa de governo o mesmo que “tinha dado certo”. Assume o governo e convoca-se Joaquim Levy para fazer “ajuste”. O programa a ser adotado lembra o tucano. PT tranca o pé e não apoia. Se o partido do governo não apoia, por que os outros iriam apoiar e assumir o ônus? Impasse, paralisia e desastre ainda maior. O raciocínio petista é mais ou menos assim: queriam apagar uma fogueira e jogaram gasolina em cima. Como o fogo ficou maior, chegaram a brilhante conclusão que o fogo não terminou porque jogaram muito pouca gasolina. Petistas ainda batem em Aécio. Só que a polarização dançou, até prova em contrário. O senador não queria entrar no governo e “ajudar de fora”. Efeagá entrou em cena e cortou o barato dele. Serra virou ministro, Alckmin emplacou o ministro da justiça.
Tem mais gente que perde com o desacirrar dos ânimos, principalmente os espantalhos que o antigo governo usava.