DO FEICEBUQUI. Sem política, “estaremos às portas da barbárie”, diz Sérgio Blattes: hora é de resistência
Do perfil (e da autoria) de Sérgio Achutti Blattes, desembargador de Justiça do Rio Grande do Sul, publicado no Feicebuqui no início da tarde deste domingo e que, até o momento em que aqui é editado, tinha três compartilhamentos e cerca de 40 curtidas:
“A HORA É DE RESISTÊNCIA.
Existe uma quase unanimidade contra a política em geral e aos políticos em particular. Isto é ruim, pois sem política estaremos às portas da barbárie, ao desrespeito aos que pensam diferente e da imposição da vontade do mais forte.
A política não está morta, embora seu estado seja deplorável e aparentemente terminal. Isto, é resultado de um ataque malicioso.
Explico, fazendo comparação com um corpo vivo que passa a ser atacado por vírus nefastos, que atacam sua vitalidade. Quando isto acontece é preciso que o glóbulos brancos, defensores do organismo resistam, reagindo ao ataque malicioso.
Também com os computadores, é preciso bons antivírus contra ataques que invadam e desestabilizem a máquina.
A política foi invadida por indivíduos não interessados em fazer política, mas voltados para seus próprios negócios, muitas vezes escusos. Contaminaram a política, neutralizaram aqueles com verdadeiro espírito público.
O problema não é a política, o problema são os que se infestaram nos cargos e funções políticas como vírus, para se apropriar de fatias do estado em proveito próprio.
A hora é de resistência. Não é possível que mesmo sendo minoria não se coloque contraponto às pregações midiáticas que, ao estilho dos velhos pastores, conduzem a manada, forjando uma opinião pública acrítica que se limita a reproduzir o que é escrito, dito ou mostrado pelos detentores das grandes redes de comunicação, preocupados, eles também, em morder um naco do estado através de publicidade e influencia nos centros de decisões.
Acredite na política, escolha para votar alguém que esteja realmente comprometido com o bem comum.
A hora é ruim, o momento tormentoso, mas haverá de passar.
Resistamos, para que a política volte a trazer a sua essência, que é o diálogo, composição de interesses e formas diferentes de ver e entender o mundo, mesmo que sejam conflitantes, sempre na busca de uma solução que acolha o que pretende a maioria, sem, contudo, desrespeitar as minorias. A verdadeira política respeita o adversário, não o vê como inimigo a ser subjugado.”
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NOTA DO EDITOR: a imagem que ilustra esta nota é uma reprodução do jornal eletrônico GGN
Magistrados fazendo manifestações políticas, embora dentro de certos parâmetros tenham direito, é complicado. E se a expressão é livre, a interpretação também o é.
“Hora da resistência”, “mesmo sendo minoria”, “contraponto às manifestações midiáticas”, “detentores das grandes redes de comunicação”, etc. Pois é.