Claudemir PereiraInternet

DO FEICEBUQUI. Crescimento de 1,04% e o ‘fim da crise’. E a excrescência do mandado de busca coletivo

O editor tem publicado observações curtas (ou nem tanto) no seu perfil do Feicebuqui que, nem sempre, são objeto de notas aqui no site. Então, eventualmente as reproduzirá também para o público daqui. Como são os casos desses textos, que foram postados na rede social nas últimas horas – um deles do amigo Atílio Alencar. Confira:

NÃO ME CULPEM!

O Brasil “cresceu 1,04% no ano passado”. Foi o que li há instantes, no Twitter.

“Em menos de dois anos o meu governo conseguiu colocar o país nos trilhos. E o mais importante, o brasileiro já está tendo seu emprego de volta” – disse o MT (*)

Atenção, isso também foi o que li.

Portanto, não me culpem.

(*) MT, como você já deve saber, não significa, aqui, a sigla do Estado do Mato Grosso.

A INTERVENÇÃO…

…militar “na segurança” do Rio de Janeiro e suas consequências. Uma delas comentada (e bem) por
Atílio Alencar
:

O tal “mandado de busca coletivo” é uma excrescência que se busca justificar pela dificuldade de localização na favela.

Ora, se a inteligência militar não serve nem pra identificar o alvo da operação, então, por suposto, todo morador da favela passa a ser um alvo em potencial. É mais ou menos como afirmar que todo árabe é suspeito de terrorismo até que se prove o contrário, com o perdão da analogia simplista.

Acho isso uma brutalidade sob qualquer governo, do passado ou do presente.

(Digo isso para evitar que me confundam com aqueles que preferem acreditar que o injustificável deixa de ser injustificável, dependendo de quem coordena o Estado de Exceção)”

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8 Comentários

  1. O seu Atilio não deve estar passando por dias bons. Mais uma vez a ideologia dele afundou um país, dessa vez foi o nosso, a economia quebrou severamente, gerou mais pobreza incalculável, estando no poder a grande incompetência da ideologia que ele tem afinidade, e só isso já seria um desastre como “luta” e “missão de vida” que se colocam, mas pior que isso é ver visivelmente um governo de “traíras” (ex-coligados) melhorarem a economia aplicando na prática meros fundamentos realistas. Que triste, não é seu Atilio?

  2. Da analogia simplista à conclusão lógica. Se a criminalidade é causada única e exclusivamente devido a desigualdade social e falta de distribuição de renda, todo pobre e desvalido é um criminoso em potencial. A conclusão é completamente furada porque a premissa é uma imbecilidade.

    1. Com certeza em épocas de grave crise econômica e financeira, a violência e a criminalidade aumentam. Há uma relação direta. O problema é que uma vez que alguém é fichado pela primeira vez, mesmo que venha a recuperação econômica em seguida, o cara fichado terá milhões de dificuldades a mais para voltar a ter um emprego, ele sabe disso, por isso vira um círculo vicioso, o crime passa a ser o ganha=pão. A coisa descamba de vez. Da mesma forma essas pessoas que se vê aos montes coletando lixo hoje. Eram desqualificados, mas tinham empregos (ou subempregos) antes da crise e foram os primeiros a serem demitidos pela baixa qualificação. Mesmo que a economia volte a ser plena, a vida deles hoje perdeu o rumo, dificilmente voltarão a conseguir empregos de novo.

    2. Com certeza todo pobre e desvalido não é um criminoso em potencial, mas um fato acontecido de repente que desestrutura a vida de alguém que está no limite da pobreza, tinha um subemprego e o perdeu, é desqualificado, tem relações de vizinhança “amigáveis” com bandidos do bairro (não necessariamente de cumpadrio, mas amistosas para não se complicar), não tem um núcleo familiar forte, pode levar a criminalidade. Isso é muito mais fácil de acontecer em pessoas com baixa formação e qualificação. Um Eike Batista, mesmo preso, não vai virar traficante nem vai vender droga. Ele vai dar um jeito e dar a volta por cima. Por isso a extrema necessidade de se ter governos lúcidos e competentes para não provocarem quebras econômicas tão rápidas e profundas. Isso aumenta a violência, a criminalidade e faz a vida de muitos virarem uma “eme”, principalmente no segmento da sociedade vivendo no limite da pobreza, com baixo nível de qualificação.

    3. Há que se ter cuidado com a falsa correlação e com a correlação que não se confunde com causa e efeito. Mesmo nas melhores épocas do boom das commodities do Lula o crime não diminuiu, pelo contrário, em alguns anos aumentou bastante. Existe um estudo do IPEA que foi estudar o índice de crimes nos locais mais beneficiados pelo Bolsa Família. Deu ruim, queriam provar que diminuía e o resultado foi o oposto.

    4. Em tempo de bonanças pode aumentar o número de crimes se acontecer, por exemplo, que os estados (quebrados há horas, mesmo em tempos de economia a pleno vapor) cortem despesas com segurança, dos meios investigativos, de prevenção, se tiram os policiais das ruas e a Justiça fique mais “libertária”, como tem acontecido, em função da valta de vagas nos presídios. Um “estado de ninguém” facilita que um mesmo número de criminosos que existia numa época anterior de crise pratique mais crimes, por exemplo, dando a impressão que aumentou a criminalidade. Quer dizer, aumentou mesmo, os mesmos criminosos agiram mais vezes, por falta de ação do estado. Existem outras variáveis, só citei uma para exemplificar.

  3. Temer puxou o tapete (politicamente) de Meirelles e do Maio, empurrou o problema da Previdência com a barriga. Oposição para não ficar sem pauta decidiu transformar a intervenção federal (o militar fica por conta da propaganda) no Rio de Janeiro na Batalha de Argel. Até parece que os militares estão loucos para colocar 30 Kg de equipamento no lombo e subir morro no calor carioca para pedalar porta e tomar tiro por causa de uma medida improvisada marqueteira do Temer. Ou alguém acha que “insegurança jurídica”, “queremos atirar em quem estiver armado”, “quais são as regras de engajamento” é outra coisa?
    Quem viu “O Resgate do Soldado Ryan” vai lembrar que eles viviam repetindo da missão “FUBAR”: fucked up beyond all recognition.

  4. Dando risada. Problema do editor não é ser 3/4 de bacharel da Lei das 12 Tábuas, problema dele é ser um completo jornalista.
    Inteligência (vermelhinhos não são muito familiarizados com a operacionalidade da coisa) não funciona com bola de cristal. Ou é escuta telefônica, ou é denúncia de morador, ou é bandido abrindo o bico. Infiltrar gente nas favelas é difícil e leva tempo, não funciona no canetaço. Segundo aspecto é que traficante não precisa de mandato. Vê que estão “subindo o morro”, primeira coisa que vai desconfiar é que alguém “cantou”. Vai transferir para a casa de outra pessoa na base do “ou guarda para mim ou sofra as consequências” (problema do mandado coletivo seria encontrar armas ou drogas na casa de alguém que foi coagido, este iria se incomodar).

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