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ARTIGO. Bolsonaro acaba política de aumento real do Mínimo e prejudica os mais pobres, escreve Pimenta

A tragédia do salário mínimo de Bolsonaro

Por PAULO PIMENTA (*)

A fábrica de crueldades de Jair Bolsonaro contra o povo brasileiro continua a pleno vapor.  A última manobra ataca frontalmente milhões de brasileiros das camadas mais pobres, ao interromper a política de aumento real do salário mínimo. Essa mudança, incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) apresentada pelo governo Bolsonaro ao Congresso Nacional, é um duplo tiro de canhão contra os interesses nacionais: congela as desigualdades históricas do País e diminui a participação de milhões de brasileiros do mercado de consumo, aprofundando a recessão econômica.

Bolsonaro deixou claro que governa para as elites e as oligarquias que o ajudaram em sua eleição, abandonando à sorte os trabalhadores mais pobres e os aposentados do INSS, cuja maioria ganha um salário mínimo mensal. São 48 milhões de brasileiros que têm rendimento referenciado no salário mínimo.

Trata-se de um retrocesso absurdo, pois o salário mínimo – que já é muito aquém das necessidades de uma família – vinha sendo valorizado desde o governo Lula (2003-2010) – durante os governos do PT, a valorização foi de 74,33%. Sem a decisão estratégica do PT de praticar essa política, o salário mínimo de hoje estaria na faixa de apenas R$ 572,50 (com a aplicação apenas do reajuste baseado no INPC). Ou seja, diante do preço da cesta básica de R$ 509,11 praticado em São Paulo em março deste ano, sobraria ao trabalhador apenas R$ 63,39 para custear aluguel, vestuário e outras despesas.

Se a política do PT continuasse, com aumento acima da inflação, no ano que vem o salário mínimo iria para R$ 1050,89, não R$ 1040,00, como propõe Bolsonaro. Ou seja, perda mensal de cerca de R$ 11,00, totalizando R$ 132,00 em um ano. Em quatro anos, perda de mais de R$ 500,00.

Dos beneficiários do INSS, 22,5 milhões de pessoas (65% do total) recebe um salário mínimo. É deles que o governo Bolsonaro quer garfar R$ 11,00 mensais, enquanto empresários gananciosos querem garfar de outros mais quase 30 milhões de brasileiros essa quantia que equivale a menos que uma cerveja vendida em restaurantes grã-finos. É muita insensibilidade social. Falta de solidariedade. Nos governos do PT os números são reveladores de como o país deu um salto em termos de justiça social e distribuição de renda.

O golpe de 2016 começou a atacar a valorização do salário mínimo e agora, com Bolsonaro, quer-se jogar uma pá de cal na política avançada e justa. Essa mudança dimensiona o abissal retrocesso que estamos vivenciando. Do golpe até agora, já somam-se 7,4 milhões de pessoas que foram empurradas para baixo da linha de pobreza.

Com os governos do PT, a valorização do salário mínimo, junto com demais políticas sociais, gerou a maior mobilidade social já vista na história do país, levando 43 milhões de brasileiros da pobreza para a classe média. Nosso partido, junto com sindicatos, movimentos sociais e populares, está empenhado em lutar contra esse retrocesso. A saída para a crise, ao contrário do que diz Bolsonaro e seus ministros pró-banqueiros, é estimular o consumo, incrementar a economia. E, para isso, valorizar o salário mínimo é condição essencial.

(*) Paulo Pimenta é Deputado Federal, líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a foto que ilustra este artigo é uma reprodução de internet.

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