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O que é essencial, afinal? – Por Roberto Fantinel

‘Para ele existir, é preciso responsabilidade para que o do outro também exista’

Há alguns dias li nas redes sociais um depoimento que me fez pensar. O essencial pode ser o leito de UTI, a vaga na creche, o alimento na mesa, o emprego, a saúde mental, a sobrevivência.

Nessa pandemia temos discutido muito o que é o essencial. Ao mesmo tempo, essa definição é individual. E, talvez por isso, alguns cegam diante do essencial do outro, e cegam diante da defesa quase intransigente do ponto de vista do próximo.

Essencial, nesse momento, é responsabilidade coletiva. Não é debater a falsa dicotomia vida versus economia. Ambas exigem a saúde de cada cidadão. Um pai ou uma mãe de família precisam trabalhar para garantir a comida de suas famílias. Um trabalhador precisa de seu posto de trabalho para sobreviver. Um ativista precisa lutar pela causa que o motiva. Uma criança pode precisar da creche para ter uma refeição ao dia. E poderia, assim, citar infinitos exemplos.

O que precisamos discutir é qual o limite que temos que ter, de forma coletiva e individual, para que possamos viver na pandemia sem abrir mão do que nos é fundamental para encararmos o dia a dia e todas as suas exigências.

Vivemos uma economia em que a esmagadora maioria depende do fluxo diário de pessoas consumindo para existir. Em tempos de pandemia, dependem disso para sobreviver. Pequenos e médios empreendedores, que geram milhões de empregos no país, estão sendo esmagados e correm grandes riscos de não conseguirem suportarem mais. O tempo é curto. O fôlego, também. Infelizmente, para muitos o fôlego acabou.

Hoje, peço a vocês que leem esse artigo que pesem a responsabilidade que têm em mãos. Se todos usarmos máscara, lavarmos as mãos, usarmos álcool em gel e não participarmos de aglomerações, milhões de vidas podem ser salvas; o comércio pode ser salvo; pequenos negócios podem ser salvos. Não é um OU outro. São todos os pontos que dependem da nossa responsabilidade.

Votei a favor do projeto de lei que torna a atividade física como atividade essencial, por exemplo. Ouvi críticas e apoios. Mas não se trata disso. Se trata de acreditar na nossa gente, na solidariedade, no respeito ao próximo. Se a velha máxima ainda existe, ela fundamental agora: a minha liberdade vai até onde começa a do outro.

Não depende apenas do governador, do prefeito, do deputado, do vereador, do presidente… Depende de mim e de ti. Depende de todos respeitarmos os protocolos que, sim, salvam vidas. Depende de pequenos gestos. Mas que se tornam grandiosos diante da pandemia.

Depende de denunciarmos aglomerações e festas clandestinas. Depende de fiscalização rigorosa para que ninguém desrespeite os protocolos. Depende de nossa resiliência, afinal, mesmo com demora, a vacinação está acontecendo.

Antes de ir a uma festa, de sair sem máscara, de dizer que “não dá nada, é só dessa vez que vou furar o protocolo”, lembre-se: cada atitude dessas deixa um trabalhador longe de seu emprego, uma criança longe da escola, e as UTIs lotadas.

Convido vocês a pensarem: o que é essencial para vocês? Para que ele possa existir, é preciso responsabilidade para que o essencial do outro também exista. Essa coexistência nos exige responsabilidade coletiva, porque viver em sociedade exige responsabilidade coletiva.

(*) Roberto Fantinel é deputado estadual pelo MDB. Oriundo de Dona Francisca, onde foi vereador, é ex-presidente da Juventude do MDB/RS, integrante do Diretório Municipal do MDB/SM e ex-assessor do governo gaúcho, na gestão de José Ivo Sartori. Ele escreverá no site, semanalmente, aos sábados.

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Um Comentário

  1. Exortações talvez ainda funcionassem na década de 60. Coletividade no Brasil é um amontoado de tribos, interesses pessoais econômicos ou ideológicos.
    Sem esquecer do principio básico: a hipocrisia é o KY Gel das relações sociais.

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