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O verdadeiro Vinho de Padre – por Arno Werlang

Vinho Mariani e a Coca(cola), o que tem em comum? Mais do que se imagina

A relação entre o vinho e a Igreja dispensa comprovação. Vinho é matéria prima da religiosidade e substância do mistério da transformação em sangue de Cristo.

A par disso, constitui também o vinho importante fonte de riqueza, especialmente quando associado ao catolicismo.

Ângelo Mariani, um químico ítalo-francês, tinha consciência disso quando, em meados do século XIX, conheceu os efeitos mágicos que a coca produzia nos índios em seus rituais de iniciação, e na sensação de bem-estar que permitia aos nativos executar trabalhos sem sentir cansaço, fome e sede, para extrair a prata das minas do Peru.

Mariani, com seu sangue italiano correndo nas veias, vislumbrou possibilidades de negócio. Depois de período de experiências, encontrou a fórmula ideal, misturando a um vinho de Bordeaux extrato de folhas de coca trazidas da América do Sul.

Na época, a cocaína era consumida livremente. Podia ser encontrada em diversos formatos. Era produzida em larga escala por laboratórios e comercializada em pó, sprays e líquidos.

Faltava encontrar a forma de comercialização da bebida, pois sabia que não bastava ter um produto saboroso, agradável e estimulante, precisava de divulgação.

– A Igreja é o caminho, pensou. São eles que detêm o monopólio da informação, pois dão exemplo diário do prazer do seu consumo.

Associou-se ao Vaticano. Primeiro ao Papa Pio X. Mais tarde Leão XIII, e obteve o aval de que necessitava, depois de fascinados pelos efeitos mágicos que o vinho produzia, a ponto de recomendá-lo em razão da disposição que trazia. O papa Leão XIII simpatizou tanto que autorizou colocar sua foto no rótulo da garrafa com anúncio dos benefícios do seu consumo: FOR FATIGUE OF MIND AND BODY (para a fadiga do corpo e da mente).

A mistura, que continha 0,12 gramas de cocaína por litro, e três copos diários correspondiam a 2,16 gramas, o suficiente para uma pessoa sentir-se “maravilhosamente bem”,  foi comercializada com o nome de Vinho Mariani.         

A aceitação foi tão grande pelos efeitos que produzia, que em pouco tempo passou a ser exportado para inúmeros países, inclusive os Estados Unidos, onde causou imediata reação dos concorrentes, em especial de uma empresa hoje mundialmente conhecida, que, na tentativa de conter o êxito do vinho italiano, passou a produzir a Coca-Cola, contendo a mesma substância em sua composição.

O refrigerante foi vendido com cocaína até 1903, quando restou proibida a comercialização naquele país. Revelam fontes que a proibição teria relação com um violento assassinato ocorrido na região de Atlanta, em que foi apurado ter o assassino ingerido grande quantidade do refrigerante. Sem que disso haja confirmação, há até hoje controvérsia sobre a fórmula da Coca-Cola, especulando alguns, que nos dias atuais ela ainda contém cocaína.

O vinho Mariani acabou sendo proibido no início da primeira guerra, quando foram conhecidos os efeitos do cloridrato de cocaína.

Se Freud estivesse vivo, quem sabe poderia explicar.

(*) Arno Werlang é desembargador aposentado. Durante 40 anos desempenhou a magistratura. Também, entre outras atividades, exerceu a docência na Universidade Federal de Santa Maria e na Escola Superior da Magistratura. Hoje se dedica à advocacia e olivicultura e colabora regularmente com o www.claudemirpereira.com.br.  

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Um Comentário

  1. Cafeína. Acido fosfórico que tende a causar pedra nos rins. Já foi proibida no sul da India por um juiz por conter ‘pesticidas’.
    Vinho tem simbologia mais antiga, cor de sangue, unindo céu e terra. Mistérios Dionisíacos. Simbologia é mais na área de C. G. Jung.
    Freud passou pelo filtro de Lacan para chegar aos dias de hoje, segundo Noam Chomsky ‘um completo charlatão’. Lacan foi adotado pela esquerda e faz sucesso no Brasil, foi adotado pela esquerda.

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