DO FEICEBUQUI. Os “bobinhos” e o tal de mercado. E a jornalista com as jovens detidas pela Brigada Militar
O editor tem publicado observações curtas (ou nem tanto) no seu perfil do Feicebuqui que, nem sempre, são objeto de notas aqui no sítio. Então, eventualmente as reproduzirá também para o público daqui. Como são os casos desses textos, que foram postados na rede social nas últimas horas – um deles da amiga e colega Andanda Müller. Confira:
BOBINHOS!!! (Eu, você, todos nós)
A INFORMAÇÃO:
Mídia está dando conta que Ilan Goldfajn, economista-chefe do Banco Itaú, o novo presidente do Banco Central, foi “muito bem recebido pelo MERCADO”.
O DESENHO:
Não, não foi o bodegueiro da esquina, muito menos o cliente dele. Também não é do Libraga, dos Beltrame ou dos Copetti ou Stangarlin que a mídia está falando. Não, não é dos supermercadistas. MERCADO, aí, são os bancos, os especuladores. Eles é que receberam “bem” o novo presidente do BC. O que significa, para nós, os bobinhos, exatamente o contrário.
Deu pra entender?
A AVALIAÇÃO…
…da jornalista Ananda Müller, da entrevista coletiva das garotas detidas pela Brigada, na última quinta:
“Hoje acompanhei uma coletiva de imprensa em que se pronunciaram quatro jovens detidas na última sexta-feira durante protestos em Porto Alegre. Elas foram presas sob alegação de tentativa de agressão e desacato. A Brigada Militar diz que a operação foi padrão, técnica, de acordo com os protocolos estabelecidos previamente.
Uma menina de 1,60 metro tinha um furo de três centímetros, suturado, na perna. Era o ferimento resultante de uma bala de borracha, armamento não-letal que a BM diz não ter utilizado na ocasião. Ela chegou ao local de muletas.
Esta é a mesma jovem que foi presa quando se encaminhou para registrar ocorrência por lesão corporal naquela noite. Conforme o relato, o BM deu voz de prisão por supostamente reconhecer a estudante já dentro da delegacia. O crime: estava junto com os manifestantes.
Outras três meninas contaram suas versões dos fatos. Entre os policiais que as abordaram, imagens comprovariam a presença de um “P2”, que atuaria na inteligência da corporação. Ele acompanhava os manifestantes à paisana e atou na prisão das meninas.
Entre as supostas agressões dos policiais, estariam ameaças, pisões no pescoço, nas costas, golpes de cacetete, algemas duplas e afins. Ficaram horas algemadas, e assim foram conduzidas ao hospital, feridas, sem apresentar qualquer resistência. Nem entro na seara da tortura psicológica, recheada de alusões ao papel da mulher e as consequências de uma eventual resistência naquele momento, igualmente ressaltadas pelas moças.
Tudo isso para quatro meninas. Desarmadas. Protestando contra o governo. E a gente tem que escutar, absorver e achar tudo isso normal.
“Que horror! Estavam bloqueando o trânsito!”
“Vagabundagem, se estudassem ou trabalhassem não dava nisso!”
“Tem que meter pau mesmo.”
“Sabem que com a BM é assim, agora não adianta reclamar.”
“Que queriam na rua?”
O Brasil é o país do futuro.”
Observação sobre o MERCADO é uma PETICE. Explica-se, têm alergia a competência. E o novo ministro assumiu falando em baixar a SELIC ainda este ano, basta a inflação colaborar.
Quanto a avaliação, nada disponível para duvidar do relatado e nada para acreditar. Só porque é jornalista não quer dizer que diga a verdade, esta história da Brigada estar sempre errada só porque é polícia e os militantes de esquerda sempre certos só porque são de esquerda é outra petice.