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Fotografias – por Alice Elaine Teixeira de Oliveira

Fotografias são cápsulas do tempo, são pedaços de memória que guardamos em papel ou em bytes. Não há quem não se emocione quando encontra um retrato antigo de quem amava e não está mais em nosso convívio, ou que não sorria lembrando o episódio hilário da ocasião registrada há tanto tempo.

Não é preciso ser uma foto perfeita, com cor e nitidez, quando o que ela nos lembra já é o quadro perfeito. Fotografia é uma arte que nos atinge em cheio. Somos completamente abatidos diante do olhar penetrante da criança que chora a perda dos pais na guerra, da angústia da corrida pela vida de uma menina nua e de pele queimada. Não há como não guardar na mente o desespero de ver o urubu a espera da sua próxima refeição expirar ou não chorar diante das rugas marcadas no rosto sem esperança do abandono.

aliceFotografias são capazes de nos transportar até mesmo para outros lugares. Quem nunca sentiu-se voar acompanhado pelos balões da Capadócia, ou mergulhou junto aos peixes da Austrália? Basta ter diante dos olhos a imagem de uma linda cachoeira e seu lago vítreo que, então, a paz toma conta de nossos pensamentos ou quem sabe o calor de um vulcão em erupção nos encha de temor e admiração por tamanha força e poder.

Até bem pouco tempo atrás, a fotografia era um luxo. Exigia um investimento considerável com câmeras, revelações e conhecimento;  hoje, para quem se profissionaliza nesta área ainda o é. O valor de apenas uma lente profissional supera em muito o preço de uma câmera doméstica, e ainda temos todos os assessórios que um bom fotógrafo carrega junto a si enquanto trabalha. E não pense que por terem um valor altíssimo são equipamentos eternos.

No entanto, e ainda bem, a fotografia tem, digamos que, se popularizado. Qualquer pessoa munida com um celular moderninho ou uma câmera digital que caiba na palma da mão pode instantanealizar o momento vivido. E pode carregar junto a si o poder da memória visual. Diante desta possibilidade, quase todos que conhecemos são fotógrafos amadores profissionais freelancers; é só surgir a oportunidade. Em toda festa, restaurante ou praia, os paparazzis estão disfarçados de cidadãos comuns.

Diante dos fatos, a fotografia, por ser uma ferramenta de comoção pode tornar-se, também objeto de manipulação das massas. Lembre-se que ela é algo estático e momentoso. Uma foto pode conter uma história e em sua mente pode existir um outro ocorrido bem diferente. Não se deixe enganar por legendas e a persuasão humana leviana. Use suas faculdades perceptivas e seja perspicaz.

Só espero que nós não continuemos banalizando tanto a nossa própria imagem. São tantas selfies em um perfil social que nem mais se conta uma história, apenas nos dizem que o autor se autoidolatra. Pois, ainda prefiro as fotografias que transmitem o sentimento e não apenas a maquiagem, gosto do registro da emoção do momento muito mais do que o valor pago por ele, e sinto que precisamos mudar o foco de alguns desejos e vontades diante de tanta imagem de mau gosto por aí.

Que continuemos registrando para o futuro o nosso presente, mas, jamais substitua o seu olhar pela lente de uma câmera ou celular. Viva, ria, abrace e chore de verdade. Depois, se ainda lembrar, faça uma foto para recordar, nunca o contrário!

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