PERGUNTINHA. Que diferença há entre o Paraguai de FHC e a Honduras de Lula?
Em 1997, portanto não faz uma imensidão de tempo, o governo brasileiro, então chefiado por Fernando Henrique Cardoso, moveu mundos e fundos para impedir que o então presidente do Paraguai, um tal de Juan Carlos Wasmosy, fosse mantido no cargo – ameaçado por um golpe iminente a ser desferido pelo (argh) Lino Oviedo.
Wasmosy longe estava de ser fina flor. Ao contrário. Muuuito ao contrário. Exatamente como o bigodudo Manoel Zelaya, deposto por um golpe militar faz poucos meses e ora abrigado na embaixada brasileira de Tegucigalpa, sob a proteção, em última análise, do governo brasileiro, neste presente momento chefiado por Luiz Inácio Lula da Silva.
Perguntinha: que diferença há entre o episódio de 1997 e este, de 2009 – afora o Presidente da República brasileira ser outro? Sim, há uma, muito interessante: o tratamento dado pela mídia. Hein? Mas não é tudo igual? Pooois é.
Ah, quem conta bem tudo isso é um cara pra lá de isento. E profissionalmente honesto, afinal de contas. Me refiro a Paulo Moreira Leite que, veja só, trabalha nas Organizações Globo, sendo colunista da revista Época. Confira, garanto que vale a pena, o que ele escreve. É, antes de tudo, didático. A seguir:
“Democratas de ocasião
Os conflitos em Honduras são um bom teste para as convicções democráticas – dos brasileiros.
Eu, você e as torcidas do Flamengo e do Corínthians já ouvimos críticas sem fim contra o papel do Brasil na crise. Essas críticas se acentuaram depois que o presidente deposto Manoel Zelaya conseguiu abrigo na embaixada do país em Tegucigalpa.
A maioria dos críticos diz que essa atuação brasileira é uma aventura demagógica, que se destina a proteger um político populista que tentou romper a Constituição de seu país. Já ouvi falar até em imperialismo tupiniquim.
São argumentos de ocasião, que revelam uma visão oportunista da democracia, que lembram uma antiga verdade sobre certos democratas brasileiros Eles combatem golpes de Estados quando prejudicam seus amigos. Fecham os olhos e até aplaudem quando derrubam seus inimigos.
Ocorre que não é a primeira vez que o Brasil tem uma intervenção tão clara para impedir um golpe de Estado num país estrangeiro. Em 1997, o governo de Fernando Henrique Cardoso articulou a resistência a um golpe militar no Paraguai.
Se você acha um escândalo abrir a embaixada para um presidente eleito nas urnas e deposto por militares quando dormia, é bom recordar como foi a atuação do Brasil naquele episódio. O comando do Exército brasileiro foi mobilizado, o país ameaçou fazer retaliações comerciais e até bloquear as fronteiras do país vizinho. FHC chegou a montar um gabinete de crise em Brasilia para acompanhar a situação.
Convencido de que corria o risco de ser deposto por militares de seu país, o presidente Juan Carlos Wasmosy fez uma viagem secreta a Brasília, em busca de proteção. Reuniu-se por duas horas e meia com FHC. A embaixada do Brasil, em Assunção, chegou a promover uma recepção com os principais líderes políticos do país, para deixar clara a oposição do governo FHC ao golpe…”
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SUGESTÃO ADICIONAL – confira aqui, se desejar, também outras análises publicadas pelo jornalista Paulo Moreira Leite, da revista Época.
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