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Minha turma nasceu na década de 1970, na transição dos baby boomers e geração x para gerações y, millennials, geração z, alpha e outras que já estão por aí e ainda virão. Nossa perspectiva era começar a trabalhar o quanto antes, para juntar dinheiro, poder aposentar cedo e aproveitar a vida ainda com saúde.
Acontece que a evolução e a progressiva velocidade com que os paradigmas da vida em sociedade têm sido quebrados, revisitados e reinventados, mudaram os planos da minha turma. Aquele modelo não serve mais.
Quando eu era guri, fruta era laranja e banana; no verão melancia e uva, e o suco era de limão. Hoje vemos no mercadinho da esquina frutas exóticas de todas as espécies. Isso ocorre também com todos os tipos de alimentos, com o vestuário, com medicamentos e todo tipo de produto necessário a uma vida feliz.
Na seara do lazer, para uma feliz maioria, as coisas também mudaram para melhor. Eu só consegui andar de avião com 25 anos. Caberia uma música do Belchior só para mim. Hoje a classe média tem acesso a pacotes e passagens aéreas que podem ser financiadas no cartão de crédito e cabem em grande parte dos orçamentos.
Dá para conhecer Paris num fim de semana. Não muito longe no tempo, os automóveis pertenciam apenas a uma casta privilegiada da sociedade. O aparelho de ar condicionado e outras utilidades e comodidades também.
Tudo mudou para melhor. Arrisco dizer que nunca se viveu tão bem. Mas a mudança para melhor trouxe uma importante externalidade, que precisa ser introjetada. As facilidades do mundo contemporâneo vêm elevando a expectativa de vida, redefinindo a melhor idade e, necessariamente, retardando a sonhada aposentadoria.
Isso é um problema? Se aprendermos com os millennials, z, e alphas, não! Essas gerações vivem o agora. Recentemente assisti pela redes sociais um colega policial indo para o trabalho de skate, e curtindo cada curva do caminho.
Algumas empresas modernas já entenderam que a vida é agora e que o trabalho, além de dignificar e dar sustento, ocupa o maior tempo de nossas vidas. O ambiente de trabalho precisa ser saudável e prazeroso. Nossas noites têm que ser de alegria com nossos familiares e amigos.
Cada final de semana deve ser vivido como se estivéssemos em férias. As novas gerações entenderam isso. Eles vivem o hoje. A nós, jovens há mais tempo, resta aprender com eles. A vida é agora. Precisamos viver cada momento. Já!
(*) Marcelo Mendes Arigony é titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil em Santa Maria, professor de Direito Penal na Ulbra/SM e Doutor em Administração pela UFSM. Ele escreve no site às quartas-feiras.
Primeiro os ‘escanhinhos’ que o pessoal do marketing inventa baseado em médias. Segundo, como as coisas vistas do ponto de vista de um servidor publico estável e muito bem remunerado parecem diferentes do ponto de vista da plebe.