COLUNA OBSERVATÓRIO. Aposte e ganhe: o bipartidarismo voltará em Santa Maria

Plenário do parlamento tende a ser dominado apenas por duas siglas

Atenção: o que se escreverá aqui não é um desejo, muito menos uma aposta. Trata-se, apenas, de uma constatação. Do jeito que a política é praticada em Santa Maria, é cada vez mais inevitável que, dentro de 19 meses, o bipartidarismo seja reimplantado na prática na boca do monte.

Por quê? Por uma singela razão: os prováveis 150 mil votos úteis (descartados nulos, brancos e abstenções) depositados nas urnas eletrônicas determinarão que pelo menos 70% das 21 vagas em disputa sejam do PMDB ou do PT. Algo como 15 ou 16 edis que assumirem em 1° de janeiro de 2013 serão de uma ou outra sigla. Sobrarão cinco ou seis vagas para todas as outras agremiações.

E por que isso acontece? Duas são as razões principais. A primeira é a organização  infinitamente maior das siglas protagonistas do governo e da oposição, respectivamente. O que atrai potenciais candidatos competitivos à vereança. Ambos têm, no mínimo, uma dezena de nomes com potencial mínimo de 1,5 mil votos. E deles, pelo menos metade passa fácil dos dois mil.

A segunda razão, talvez decorrente da inicial, é que as demais siglas, afora terem menos nomes disponíveis, os que existem buscam bloquear a entrada de potenciais adversários. Sim, isso existe – e não adianta negar.

Disso tudo, além da inapetência das lideranças em buscar alternativas, levarão inevitavelmente a esse inusitado (para os mais jovens, bem entendido) bipartidarismo na prática na política da boca do monte.  O que, cá entre nós, não é exatamente um bom cenário, embora seja uma decisão democrática (e, portanto, respeitável) do eleitorado.