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Comissão da Verdade: um reencontro do Brasil com a sua História – por Daniel Arruda Coronel

A Comissão da Verdade instituída na semana passada, com grande pompa, pela presidenta Dilma marca o reencontro do Brasil com a sua história, com sua dignidade e com a verdade sobre o que ocorreu no período mais negro e sombrio da política brasileira, ou seja, a ditadura militar, que iniciou com a deposição do governo constitucional de João Goulart, em 1964, e durou até 1985.

Desde o fim do regime de coerção política, milhares de brasileiros clamam por respostas e por informações sobre atos covardes e nefastos que ocorreram no país, como prisões sem as devidas explicações, torturas e morte de vários homens e mulheres, cujo único ato terrorista foi protestar contra o pixotismo raivoso, a arbitrariedade e o clientelismo que perdurou neste país, muito deles relatados com maestria no livro Brasil: nunca mais do glorioso cardeal-emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns.

A Comissão da Verdade não pode e não deve ser entendida como ato revanchista ou retaliação, mas, sim, como o fato de o Brasil dar explicações sobre questões até hoje não esclarecidas e para as quais a sociedade clama por respostas, visto que a história contada nos bancos escolares foi a versão dos vencedores pós-1964. Ou seja, trata-se da versão do grupo clientelista e autoritário que chegou ao poder através de um golpe de estado, do tipo latino-americano, o qual foi uma característica lamentável de vários países da América – Latina que tiveram em seus governos ditaduras entre as décadas de 1970 e 1980.

Espera-se que, com esta comissão, a sociedade obtenha alguns esclarecimentos sobre questões tais como a morte de João Goulart, até hoje nunca esclarecida de maneira objetiva, uma vez que pairam dúvidas sobre se realmente ela ocorreu por causas naturais ou se ele foi mais uma vítima da operação CONDOR, a qual foi um acordo entre os governos ditatoriais com o objetivo de eliminar inimigos dos regimes; outra questão que a sociedade espera é a correção sobre a morte do jornalista Vladmir Herzog, dada como suicídio, embora a Anistia Internacional e órgãos ligados aos direitos humanos discordem peremptoriamente sob tais explicações.

Enfim, espera-se que esta comissão marque a história moderna da política brasileira com as explicações e talvez com as punições necessárias de terroristas de direita ou de esquerda que mataram e torturaram centenas de milhares de brasileiros.

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