ComportamentoCrônica

DE QUANDO EM… Que os sonhos valham para os sonhadores, sugere artigo de professor da UFSM

Interessante o texto recebido pelo sítio, assinado pelo professor Marcelo Pustilnik Vieira. Trata de sonhos. Mas tem lamentos. E muitas outras coisas que só ocorrem (e deveria ser diferente) eventualmente. Confira, e faça você mesmo a reflexão, a seguir:

De quando em quando

 Marcelo Pustilnik Vieira  – professor do Departamento de Fundamentos da Educação/UFSM

De quando em quando aparecem lunáticos querendo alterar a ordem das coisas. De quando em quando o mundo aceita que novidades se estabeleçam nos seus recintos. De quando em quando condições favoráveis para a mudança surgem da dor profunda e insuportável. De quando em quando vemos um acontecimento emergir do nada e subitamente nos provocar a sairmos de nossas mesmices.

De quando em quando, e porque não dizer raramente, vemos atos solidários entre humanos. De quando em quando alguém nos mostra que a bondade existe, mas logo a esquecemos. De quando em quando pessoas se juntam e criam novas possibilidades de melhor viver, mas são consideradas sonhadoras. De quando em quando as pessoas se lembram de quem elas realmente são. De quando em quando aparece alguém que nos lembra de onde viemos.

De quando em quando sentimos a vida pulsar em nossos corações. De quando em quando, somente de vez em quando amamos o todo e não somente uma das partes. De quando em quando enxergamos a realidade na sua nudez cruel e entendemos que necessitamos mudá-la. De quando em quando tomamos coragem. De quando em quando somos fortes. De quando em quando ocorre de sermos fortes e corajosos, ao mesmo tempo, e fazemos a diferença.

De quando em quando lembramos que podemos mudar a ordem das coisas. De quando em quando conseguimos mostrar nas nossas ações que o mundo pode ser belo. De quando em quando transformamos o egoísmo em amor. De quando em quando olhamos para uma criança na rua e percebemos que a dor dela nos pertence. De quando em quando temos um gesto de desapego e agimos corretamente de forma a distribuir com justiça os bens sociais e materiais. De quando em quando o princípio do coletivo é a prioridade. De quando em quando aparece um líder que não trabalha para si.

De quando em quando, e infelizmente raramente, poder, riqueza e triunfo não são conquistas sobre o outro, sobre alguém, sobre um povo ou sobre uma nação. De quando em quando o poder é conseguir transformar a si mesmo. De quando em quando a riqueza é ser feliz com o que se é e não com o que se tem. De quando em quando o triunfo é conseguir ser rico e não ter riquezas, pois um é ter o poder de transformar-se a si mesmo, o outro se ganha sobre alguém. De quando em quando entendemos que somos iguais.

De quando em quando descobrimos que é possível fazer a justiça, mas que igualdade nem sempre é fazer justiça. De quando em quando damos mais aos que não têm e menos aos que muito têm. De quando em quando leis são feitas para beneficiar a coletividade. De quando em quando as pessoas deixam de comprar e pensam. De quando em quando as pessoas compram pensando. De quando em quando compramos um bom livro para nos ajudar a pensar melhor.

De quando em quando descobrimos que é possível, acredite, é verdade. De quando em quando mudanças vêm provocadas por fatores externos. De quando em quando reformas profundas em nossos íntimos provocam mudanças externas. De quando em quando as pessoas acordam e deixam de assistir bestialidade na TV. De quando em quando a TV deixa de passar somente bestialidades, é raro, mas acredite, pode acontecer.

De quando em quando acordamos para a vida e deixarmos de seguir essa vida de gado comboiados para o abatedouro. De quando em quando os sonhadores conseguem fazer valer seus sonhos. Que não vivamos mais de quando em quando…”

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