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FICA UFSM: o impasse da universidade em Silveira Martins – por Atílio Alencar

Silveira Martins, cidade situada na região da Quarta Colônia da Imigração Italiana e distante apenas 30 quilômetros do centro de Santa Maria, vive dias de apreensão quanto ao futuro da unidade da UFSM implantada no município. Passados seis anos desde que a universidade instalou em Silveira seu núcleo de educação universitária, a instituição anunciou, recentemente, que havia encomendado estudos sobre a viabilidade da UDESSM (Unidade Descentralizada de Educação Superior da UFSM em Silveira Martins) junto à uma instituição de pesquisa.

Estranho, se pensarmos que pela lógica de um empreendimento deste vulto, envolvendo as expectativas de uma população inteira, o recomendável seria ter realizado estudos prévios – e não posteriores – sobre a viabilidade do mesmo.

Mas seja como for, o fato é que a UFSM apresentou recentemente, e de forma polêmica, esta novidade um tanto indigesta para a comunidade de Silveira Martins: as atividades da UDESSM podem, em muito pouco tempo, simplesmente sofrer uma interrupção brusca.

A alternativa vislumbrada pela sociedade civil de Silveira Martins, com o apoio do poder público municipal, foi significativamente mais democrática do que o fim decretado da UFSM local. Convocando e mobilizando os moradores e legisladores da cidade, o movimento FICA UFSM vem pautando incisivamente a reitoria universitária para que a decisão final leve em conta os benefícios que a presença da instituição acarreta para Silveira Martins. É um trabalho sensível, diuturno, que leva em conta as demandas educacionais, culturais, turísticas e políticas do município. Aspectos que parecem ter sido subestimados no procedimento interno da Universidade Federal de Santa Maria.

No momento, a mobilização do FICA UFSM luta não só pela permanência da unidade da UFSM em Silveira Martins, mas pela sua qualificação, com a implementação de cursos que possam funcionar como atrativo para estudantes de fora da cidade. Por outro lado, a administração universitária emite sinais de que elabora um destino diferente para a estrutura plantada no antigo Colégio Bom Conselho, espaço que abriga a unidade educacional. Fala-se, por exemplo, na criação de um centro cultural de preservação de memória e realização de eventos, para ser utilizado como aparelho público das atividades promovidas pela UFSM.

Resta saber o quanto um projeto parecido incidiria efetivamente sobre a cidade. Se estivermos falando de um centro cultural planejado em conjunto com as expectativas da comunidade de Silveira, com capacidade de ouvidoria e porosidade suficiente para absorver os anseios públicos dos cidadãos e empreendedores locais (e regionais, em segunda instância), pode ser uma ótima solução. Caso contrário, o risco de erguer-se um elefante branco em meio às verdejantes serras da Quarta Colônia é considerável.

E na solução deste impasse – que diz sim muito respeito à Santa Maria também – o papel do movimento FICA UFSM é de vital importância, para que a relação entre universidade e comunidade ultrapasse o âmbito dos protocolos de gabinete e implique em avanços reais para a região.

 

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