Três vizinhos diferentes – por Bibiano Girard

#

Olho para a chuva que já quer chegar. O povo corre para fazer suas compras. Não é a chuva que atrapalha. Mas essa sensação de 40°C. Antigamente, a Bozano seguia, não havia Calçadão, nem Viaduto. Mas o edifício do Banco Nacional do Comércio, onde hoje funciona a agência da Caixa Econômica Federal, na esquina de grandes obras primas, algumas intactas – como é o caso do Clube Caixeiral e o palacete do Dr. Astrogildo de Azevedo, onde funciona o Museu Gama D’Eça – já estava lá. Desde meados do início da década de 1930. E pouco mudou.

Adendo que pode não ser lido – Permito-me aqui lançar uma campanha pública: quem já visitou o pátio do palacete do Dr. Astrogildo, citado acima, construído em 1913, com projeto do arquiteto alemão Theodor Viederspalm, em seu desenho delineado em cartas de baralho, nos jardins próximos à piscina, sabe como aquilo tudo é lindo demais. Mas – infelizmente – o espaço é fechado à visitação pública. Os gestores do museu têm o cuidado de mantê-lo protegido, conforme me foi, à época do gentil convite de visita pela diretora Maria Izabel M. Rocha Duarte, explicado. Deixo então, junto à legenda da foto, meu apelo público: há condições de um dia vermos o pátio do Palacete aberto ao público? É uma obra de arte que merece ser da comunidade.

Voltando à foto: nela, resolvi enquadrar três edifícios marcantes da cidade. Como já citado, o edifício em primeiro plano, onde agora funciona a Caixa. Ao fundo, com seu brise-soleil amarelo, está o edifício do Banrisul, construído no mesmo local onde antes existia o Banco Pelotense e seu prédio de cúpula imponente. Ao lado, aquele que, junto ao já emblemático Edifício Taperinha, faz o papel de nossas Argonath, o Edifício Província.

Os edifícios, marcos de três vertentes arquitetônicas, são o retrato de Santa Maria: essa mistura ainda mambembe daquilo que está em acontecimento. Uma cidade que caminha, mas que ainda não se sabe para onde.