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De cuecas e malas – por Orlando Fonseca

De dólares nas cuecas a malas repletas das verdinhas, a República andou para trás, e o Brasil mergulhou no fundo do poço. A cada ano, surge um escândalo político que recebe da mídia o epíteto de o maior escândalo de corrupção. Foi o mensalão, o petrolão, a carne da Friboi e a megadelação de um dos donos da JBS. No final das contas – a serem pagas pelo contribuinte, especialmente o consumidor e o assalariado – os escândalos da hora escondem propósitos escusos que vêm desde a República Velha, com o encilhamento do Rui Barbosa, passando pelo dinheiro da Previdência para a construção de Brasília, as contas secretas na Suíça durante o regime militar, as chamadas contas CC5 em paraísos fiscais durante os anos 90, os rombos provocados por inadimplências com o INSS e a Receita Federal (números esses que aparecem no chamado sonegômetro). Isso sem falar na bandalheira que foram as privatizações no governo neoliberal que se implantou a partir de Collor.

Os pegos com a mão na botija de hoje foram paladinos da moralidade, da ética e da transparência ontem. Alguns até mesmo têm a cara de pau de vir à imprensa e pedir desculpas pelo dinheiro de Caixa 2 que receberam na campanha (ou seja, pregavam moral com marcas da batom nas cuecas). E ainda se acham dignos de sua hombridade e honestidade por fazerem isso agora, apesar de não devolverem um centavo. Quando não acontece o pior: são elevados ao status de ministro para fugir da primeira instância, com direito ao tal foro privilegiado. Quando não usurpam a condição de mandatário com o poder de pôr e dispor a fim de se safar das condenações cabíveis. E a nós, reles mortais, cabe apenas lamentar o crime da mala. Além da carência de líderes, temos carência de probidade, pois tudo é levado por uma venalidade que não tem fim. E quando se diz que a democracia sofre nas mãos do poder oriundo do “deus capital”, o qual transforma tudo em mercadoria, ainda se sofre a pecha de esquerdismo delirante.

O pior do fundo deste poço no qual viemos caindo é que não há fundo. Ainda que as liberdades democráticas permitam hoje – mais do que há duas, três décadas – lavar as cuecas sujas (e tem os que aproveitam para tirar as manchas e ainda dar um enxaguada em algumas notas de dólares ou reais) – não é mais possível acreditar que o crime da mala vai receber o tratamento devido da justiça. Durante muito tempo a polícia fazia vistas grossas para as malas circulantes pelos descaminhos do país. O ministério público, caso houvesse algum inadvertido investigador trazendo provas robustas de que malas estavam circulando lépidas e larápidas, tratava de acondicioná-las solenemente em alguma gaveta de impunidade. Hoje, em que virou moda lavar a jato o entulho que se vem acumulando sob os tapetes republicanos, circulam teses de todos os tipos: para alguns operadores do direito, batom na cueca não serve como indício, para outros depende da cueca – slip ou samba-canção. Há os que não veem maldade alguma em carregar uma mala com dinheiro. Ora malas: caixa 2 é parte do jogo democrático!

Por estas e por outras é que a impunidade parece ter-se mudado de mala e cueca para Brasília. Ou como é que se pode explicar – sem fazer rodeios – que no julgamento espetaculoso da semana passada no TSE, o ministro que deu o chamado voto de Minerva (não tendo conseguido fatiar a chapa Dilma-Temer para livrar este) tenha pegado carona no avião presidencial a Portugal e feito visitas noturnas ao Palácio Jaburu para trocas de impressões políticas?

DE FATOS E DIVERSÕES

Em tempo: se alguém considerar machistas ou sexistas minhas considerações, em meu benefício, até o momento, não se encontraram dólares em calcinhas.

– Uma coisa pode acontecer, se o Fora Temer prosperar, se os suspeitos da linha sucessória no Congresso foram preteridos: a volta do topete à presidência, com Carmen Lúcia.

– Quase sempre feliz (ou engraçadinha) na escolha de nomes para suas mega-operações, a Polícia Federal, no entanto, com a dita Operação Bola Fora parece ter dado um chute no pé. Fez busca e apreensão na casa do vice da CBF, Gustavo Feijó, que é, digamos, da segunda divisão dos grandes corruptos da confederação, cuja “elite” é formada por Teixeira, Marin, Del Nero e J. Hawilla, todos pegos na linha de impedimento. Ou a PF treina a pontaria, ou daí não sai gol.

OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a imagem que ilustra esta nota é reprodução da internet.

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