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COMPORTAMENTO. Constatação que não significa infelicidade: nem toda mulher nasceu para ser mãe

Por BRUNA MILANI (com fotos de Arquivo Pessoal), Especial para o Site (*)

Ela foi criada para ser dona de casa e cuidar dos filhos, enquanto o marido era o responsável pelo sustento do lar. Desde criança, a mulher foi ensinada através dos brinquedos que ganhava em datas comemorativas que era o seu papel ser mãe e responsável pela manutenção da residência familiar. Mas, de uns anos para cá, a função de ser mãe foi sendo deixada de lado, pois a mulher começou a ingressar em universidades e posteriormente ao mercado de trabalho. E ainda outro motivo também as levou a adiar a maternidade: a não de não querer ter filhos.

Jordana Schio: “Não acho que a gravidez vai me fazer ser mais mulher”

Um estudo realizado em 2015 denominado Childlessness in Europe e divulgado no jornal El País, apontou que alguns dos motivos principais nessa decisão pessoal estão relacionados ao lado profissional e econômica da população. A pesquisa também ressalta que uma relação ruim com a família tende a influenciar na decisão. Outro estudo realizado no mesmo ano pelas universidades Western Ontário, do Canadá, e Max Planck de Rostock, da Alemanha, demonstraram que nos 86 países analisados a maternidade é um investimento de médio a longo prazo e também ressaltam a importância da renda salarial para ter um filho.

Apesar de já ter tentando engravidar quando mais jovem, a massoterapeuta Vera Graciane Portella, 34 anos, afirma que nos dias atuais não pensa em ter filhos. “Estou muito feliz assim. Tenho uma enteada, muitos sobrinhos e meus filhos de quatro patas que me completam”. Ainda para ela (que optou por não ceder sua imagem para publicação) a mulher é vista como se fosse única e exclusivamente feita para ser mãe. “As pessoas dizem que estou perdendo o melhor da vida, porém eu discordo. Estou hoje na minha melhor fase e não consigo me imaginar estando em outra posição”, relata.

Joana Tessaro: apoio da família no momento ao decidir não ter filhos

Em contrapartida, a artista plástica e acadêmica do curso de história da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Jordana Schio, 27 anos, sempre pensou na possibilidade de não ter filhos. “Quando criança minhas bonecas não eram minhas filhas, mas pacientes. Ao brincar de ‘casinha’ com as minhas amigas, não tínhamos filhas ou filhos, até porque sempre gostei mais de brincar com os guris e ter os meus carrinhos”, relembrou Jordana.

Conforme Jordana, os pais sempre a incentivaram a estudar e a estimularam a ter um curso superior e nunca a questionaram a decisão sobre não terem netos. “Não acho que a gravidez vai me fazer ser mais mulher. Acredito que há muita glamorização, idealizam e constroem algo pleno e perfeito e por isso a depressão pós- parto é vista de maneira negativa. Acho que tenho o direito de ser mulher e de optar por não ter filhos em nenhum momento da minha vida” questionou.

A funcionária pública Joana Gehlen Tessaro, 25 anos, também não se imagina mãe em nenhuma fase da vida. “Convivo com pessoas que têm filhos e vejo que a pessoa fica muito limitada na vida, pois a prioridade passa a ser o filho e eu gosto mais da liberdade de tomar as decisões só para mim. E quando alguém me conta as histórias dos filhos, não consigo me imaginar vivendo aquela situação”, falou.

De acordo com Joana, a irmã compartilha do mesmo pensamento em relação a maternidade e ambas recebem o apoio dos familiares, o que não ocorre da mesma maneira com o círculo de amizade. “Alguns amigos acham estranho, acham que eu não gosto de criança, mas eu amo. Eles pensam que eu deveria dar um neto para a minha mãe” revelou.

(*) Bruna Milani é acadêmica de Jornalismo da Universidade Franciscana e faz seu “estágio supervisionado” no site

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